Um avião da American Airlines, com 60 passageiros e quatro tripulantes, colidiu na noite de quarta-feira, 29, com um helicóptero militar com três soldados enquanto se aproximava do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington, nos Estados Unidos.
Segundo
a NBC, mais de 30 corpos foram recuperados do rio
Potomac. O chefe dos bombeiros e serviços de emergência de
Washington, D.C., John Donnelly, afirmou não acreditar na existência de sobreviventes.
Segundo Donnelly, às 20h48 no horário local, a torre de controle do Aeroporto Ronald Reagan emitiu um alerta sobre a colisão, acionando uma resposta imediata das equipes de emergência. À medida que a gravidade do acidente ficou clara, cerca de 300 socorristas foram mobilizados para a operação. O acidente provocou uma grande operação de busca e resgate no rio Potomac, aonde partes das aeronaves caíram.
Ainda não se sabe o que causou a
colisão. O tráfego aéreo no aeroporto foi suspenso enquanto equipes de resgate
buscavam possíveis sobreviventes. Mergulhadores e helicópteros de diferentes
agências de segurança participaram da operação.
O presidente Donald Trump disse
que foi informado sobre o acidente e declarou: “Que Deus abençoe suas
almas.”
A Federal Aviation
Administration (FAA), agência que regula a aviação nos EUA, informou
que o acidente ocorreu pouco antes das 21h (horário da Costa Leste). O avião,
um Bombardier CRJ-701 fabricado em 2004 e com capacidade para até 70
passageiros, havia decolado de Wichita, no Kansas.
O voo 5342 da American Airlines
estava a aproximadamente 400 pés (cerca de 120 metros) de altitude e a 140
milhas por hora (225 km/h) quando perdeu altura rapidamente sobre o rio
Potomac. O transponder da aeronave parou de transmitir cerca de 2.400 pés
antes da pista de pouso.
Minutos antes da colisão, a torre de
controle pediu que os pilotos do jato mudassem a aproximação para a pista 33 do
aeroporto. Segundo registros de áudio, um controlador de tráfego aéreo
questionou se o helicóptero via a aeronave comercial se aproximando e instruiu:
“PAT 25, passe atrás do CRJ.” Segundos depois, os dois veículos colidiram.
A FAA informou que pelo menos
300 socorristas foram mobilizados para as buscas, com barcos e refletores
iluminando o local do impacto. O chefe do Corpo de Bombeiros de
Washington, John Donnelly, classificou a operação como “altamente complexa”
devido às condições adversas da água e do vento.
O CEO da American Airlines, Robert
Isom, expressou pesar pelo acidente e garantiu que a companhia está
priorizando o apoio aos passageiros, familiares e equipes de resgate.
O Departamento de Defesa e a FAA
abriram investigações para entender as circunstâncias da colisão. O secretário
de Defesa, Pete Hegseth, afirmou que as Forças Armadas já iniciaram
uma apuração interna. O recém-nomeado secretário de Transportes, Sean
Duffy, garantiu que sua equipe fornecerá todos os recursos necessários.
Quem
estava a bordo do avião
Um grupo de patinadores
artísticos, seus treinadores e familiares estavam a bordo do voo
5342 da American Airlines, informou a Federação de Patinação
Artística dos Estados Unidos. Alguns atletas russos também estavam na
aeronave.
"A U.S. Figure Skating pode
confirmar que vários membros da nossa comunidade de patinação estavam
infelizmente a bordo do voo 5342 da American Airlines, que colidiu
com um helicóptero ontem à noite em Washington, D.C.", disse a organização
em um comunicado publicado pela imprensa local, segundo a agência de
notícias EFE.
Esses atletas, treinadores e
familiares retornavam do Acampamento Nacional de Desenvolvimento,
realizado em conjunto com o Campeonato de Patinação Artística dos EUA,
em Wichita, Kansas.
"Estamos devastados por esta
tragédia indescritível e guardamos as famílias das vítimas muito perto de
nossos corações. Continuaremos monitorando a situação e divulgaremos mais
informações assim que estiverem disponíveis", completou a nota.
De acordo com a agência
estatal russa TASS, a ex-patinadora Inna Volyanskaya,
medalhista de bronze na patinação em dupla no campeonato da União
Soviética, estava entre os passageiros da aeronave.
Além disso, o canal de Telegram "Shot" afirmou
que o patinador russo Maxim Naumov também estava a bordo do
voo.
Histórico
de acidentes na região
O aeroporto de Reagan National,
localizado às margens do Potomac, é conhecido por sua proximidade com o centro
de Washington, o que torna seu espaço aéreo um dos mais monitorados do mundo.
A colisão remete ao acidente de 1982,
quando um avião da Air Florida caiu no rio Potomac após a decolagem, matando 78
pessoas. Esse desastre foi causado por más condições meteorológicas, ao
contrário da noite do acidente desta quarta-feira, que registrava temperatura
amena de 15°C, embora com rajadas de vento de até 40 km/h.
A última tragédia envolvendo uma companhia
aérea dos EUA ocorreu em 2009, quando um Bombardier DHC-8 caiu próximo a
Buffalo, Nova York, matando 50 pessoas.
Pentágono
abre investigação sobre acidente
O Pentágono anunciou
que iniciou uma investigação oficial para apurar as causas da
colisão, sendo este o primeiro grande desafio do recém-nomeado
secretário de Defesa, Pete Hegseth.
As principais linhas de investigação
incluem:
·
Possível
falha de comunicação entre os pilotos e
o controle de tráfego aéreo, uma vez que o espaço aéreo sobre Washington, D.C.,
é rigidamente controlado.
·
Problemas
técnicos nos sistemas de alerta e prevenção de colisões das aeronaves.
·
Fatores
climáticos e a possível influência das
condições meteorológicas na noite do acidente.
Segundo a Bloomberg, os
investigadores esperam recuperar rapidamente as caixas-pretas das aeronaves
para esclarecer o que levou à colisão.
A colisão aérea gerou preocupação
sobre a segurança do espaço aéreo em Washington, D.C., uma das regiões mais
vigiadas dos EUA. O incidente paralisou temporariamente as operações do
Aeroporto Ronald Reagan, impactando centenas de voos domésticos e
internacionais.
Além disso, o acidente reforçou debates
sobre a segurança operacional de aeronaves militares e civis compartilhando o
mesmo espaço aéreo.
Especialistas apontam que, embora colisões aéreas sejam raras, o crescimento da movimentação aérea e a presença constante de aeronaves militares em áreas urbanas podem exigir novas regulamentações para evitar tragédias semelhantes.
As operações de resgate e recuperação dos destroços continuam, enquanto autoridades federais e militares trabalham para entender o que levou à colisão. O governo dos EUA deve apresentar um relatório preliminar nas próximas semanas, com as primeiras conclusões sobre o acidente. Inormações, Exame