Cid morreu por volta das 8h, de insuficiência renal crônica.
Segundo o Memória Globo, Cid Moreira apresentou o Jornal Nacional cerca
de 8 mil vezes.
Até a última atualização desta reportagem, ainda não havia informações sobre velório e enterro.
Vida e carreira
Cid Moreira nasceu em Taubaté, no Vale do Paraíba, em 1927 — ele
completou 97 anos no último domingo
(29).
O jornalista iniciou a carreira no rádio em 1944, depois de ser
descoberto por um amigo que o incentivou a fazer um teste de locução na Rádio
Difusora de Taubaté. Nos anos seguintes, entre 1944 e 1949, ele narrou
comerciais até se mudar para São Paulo, onde trabalhou na Rádio Bandeirantes e
na Propago Publicidade.
Em 1951, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi contratado pela
Rádio Mayrink Veiga. Foi lá que, entre 1951 e 1956, começou a ter suas primeiras experiências na televisão,
apresentando comerciais ao vivo em programas como “Além da Imaginação” e “Noite
de Gala”, na TV Rio.
Sua estreia como locutor de noticiários aconteceu em 1963, no “Jornal de
Vanguarda”, da TV Rio, o que marcou o início de sua carreira no jornalismo
televisivo. Nos anos seguintes, trabalhou nesse mesmo programa em várias
emissoras, como Tupi, Globo, Excelsior e Continental, consolidando sua presença
na televisão.
Ele estreou o JN
Em 1969, Cid Moreira voltou à Globo para substituir Luís Jatobá no “Jornal da Globo”. No mesmo ano, foi escalado para a equipe do recém-lançado “Jornal Nacional”, o 1º telejornal transmitido em rede no Brasil. A estreia ocorreu em setembro de 1969, e Cid dividiu a bancada com Hilton Gomes.
Cid Moreira se lembra do nervosismo na estreia daquele que, em pouco
tempo, seria o principal telejornal da televisão brasileira. “Eu chegava no
horário de fazer o jornal, não participava da redação. Eu só ia para apresentar
o jornal. Naquele dia, cheguei e vi aquele nervosismo, todo mundo
preocupado. E, para mim, era normal. Mas no dia seguinte, vi na
capa do jornal O Globo: ‘Jornal Nacional…’ Aí comecei a perceber a
dimensão”, revelou ao Memória Globo.
Dois anos depois, iniciou uma parceria de longa data com Sérgio
Chapelin. Durante 26 anos, Cid foi o principal rosto do JN.
Sua voz tornou-se sinônimo de credibilidade, e seu “boa-noite” diário marcou a televisão brasileira.
Em 1996, uma reformulação do programa trouxe novos apresentadores, William Bonner e Lillian Witte Fibe, com Cid Moreira dedicando-se à leitura de editoriais.
Paralelamente, Cid também participou do “Fantástico” desde sua estreia,
em 1973, revezando com outros apresentadores. Em 1999, ele narrou o famoso
quadro de Mr. M, que se tornou um grande
sucesso do programa. Sua voz icônica ficou tão ligada ao quadro que ele entrevistou
o próprio Mr. M quando o ilusionista visitou o Brasil no ano seguinte.
A partir da década de 1990, Cid começou a se dedicar à gravação de
salmos bíblicos. Em 2011, realizou o objetivo de gravar a
Bíblia na íntegra, projeto que se tornou um grande sucesso de vendas.
Em 2010, foi lançada a biografia “Boa Noite – Cid Moreira, a Grande Voz
da Comunicação do Brasil”, escrita por sua esposa, Fátima Sampaio Moreira.
Durante a Copa do Mundo daquele ano, ele gravou a famosa vinheta “Jabulaaani!” para a cobertura do “Fantástico” e
programas esportivos da Globo, adicionando mais um capítulo à sua ilustre
carreira.