A Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PGE-BA) realizou o encontro “Unidos pela Igualdade: Diálogo sobre Diversidade LGBTQIAPN+”

Aconteceu na manhã desta quinta-feira (06), no Auditório Paulo Espínola da PGE-BA, um encontro que reuniu lideranças que lutam por equidade, igualdade e respeito. Na oportunidade Cristiane Sarmento, Ailton da Silva Santos, Ives Bittencourt e Kim Villanelle discutiram aspectos fundamentais relacionados ao tema, como educação, inclusão, política pública e acolhimento da comunidade LGBTQIAPN+ na sociedade.

Cada participante relatou sobre sua luta, trajetória, experiências, desafios e dificuldades na busca de uma sociedade mais igualitária. Kim Villanelle, mulher trans, agente comunitária, policial militar e bacharelanda em Direito, relatou sobre as violências que sofria na rua durante a infância e destacou a importância dos estudos como ferramenta de transformação. “Quando eu estudava, era o meu momento de paz. Era quando eu fugia da agressão e do terror. Minha família foi a minha base de proteção e acolhimento”.

Cristiane Sarmento, que é coordenadora do Coletivo Mães do Arco-íris e educadora social, relatou a experiência enquanto mãe de mulher trans e a importância de viver e conviver com a comunidade LGBTQIAPN+. “Nós somos pessoas preconceituosas, e a partir desse reconhecimento, dos nossos preconceitos, podemos identificá-los e desconstruí-los diariamente. São inúmeros os preconceitos existentes que reproduzimos constantemente. E quando acessamos esses conhecimentos, poderemos construir novos caminhos, desconstruir e construir novamente”.

PGE/BA

Já Ives Bittencourt, presidente da Comissão Permanente de Diversidade Sexual e Gênero da OAB/BA, supervisor voluntário do CEJUSC Garibaldi TJ/BA e membro da Comissão de Direitos Humanos do IAB/BA, relatou que  fundou um escritório com o olhar voltado à diversidade, atendendo não só o público LGBTQIAPN+, deficientes e pessoas vivendo com HIV. Segundo o presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB/BA, só em 2024, a comissão já acolheu 133 vítimas de algum tipo de fobia contra a comunidade.

Ailton da Silva Santos, doutor em Saúde Coletiva (IMS/UERJ), especialista em Gênero e Sexualidade (UERJ), coordenador do Ambulatório Trans CEDAP/SESAB, fez críticas a política pública de saúde no país, que não está preparada para cuidar desta parcela do público negligenciada. Utilizou como exemplo o despreparo de maternidades nos partos de pessoas trans e falta de entendimento das múltiplas necessidades. “Nem toda mulher pare, ou por que não quer, ou por que não pode.  Nem toda mulher que é mãe, pariu. E nem toda pessoa que pariu é mulher”, provocou.

A atividade foi uma promoção do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento (CEA) em parceria com o Comitê de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade (CEGRD) da PGE-BA. De acordo com o Procurador Geral Adjunto para Assuntos Administrativos e presidente do CEGRD, Ricardo Villaça, “encontros como esse reforçam a importância de tratar a diversidade como um eixo estruturante dentro da nossa instituição, como uma temática e modelo de atuação que busque estimular a representatividade, a ocupação do espaço e o respeito a todos, independentemente do local e da forma em que essa pessoa se apresenta na sociedade”, ressaltou.  Foto Joá Souza/GovBA



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