A Polícia Federal intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a depor na investigação que apura a suposta articulação de um golpe de Estado em 2022. Os agentes buscam descobrir, com exatidão, qual foi a atitude de Bolsonaro ao tomar conhecimento da existência de documentos golpistas, como a minuta encontrada com o ex-ajudante de Ordens, o tenente-coronel Mauro Cid. A PF pretende terminar nesta semana a análise preliminar dos objetos apreendidos com o núcleo jurídico de Bolsonaro.

Um texto que abordava uma possível decretação de Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Outro documento, que poderia instaurar um estado de sítio e impor uma operação conhecida como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), foi apreendido na sala de Jair Bolsonaro na sede do PL.

A defesa do ex-presidente afirma que "não houve incentivo a nenhuma irregularidade" e que o texto foi impresso "apenas para que ele pudesse lê-lo".

Até agora, as análises apontam que o então assessor internacional Filipe Martins, ao lado do advogado Amauri Saad e do Padre José Eduardo de Oliveira, redigiram a chamada minuta do golpe.

Jair Bolsonaro e os aliados dele são investigados pela Operação Tempus Veritatis (“hora da verdade”, em latim), deflagrada pela PF. A investigação revelou a gravação de uma reunião com ministros do governo, em julho de 2022, em que o ex-presidente afirmava que não poderia esperar o resultado das eleições para agir.

Um ato político em favor de Bolsonaro foi convocado para o próximo domingo, dia 25, na Avenida Paulista, em São Paulo. A ideia é que, diante das investigações, a manifestação possa aumentar o poder político do ex-presidente. Band / Foto: Isac Nóbrega/PR

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