Parque Eólico da AES e da Unipar entra em operação. Crédito: Divulgação Unipar
A
região de Tucano, a 270 quilômetros de Salvador, terá o primeiro parque eólico
do Brasil a ter 100% de sua operação e manutenção feita por mulheres. O
Complexo Eólico Tucano, que passa por cinco municípios baianos, foi inaugurado
nesta terca-feira (3) pela AES Brasil, uma das maiores geradoras de energia a
partir de fontes 100% renováveis do país, e a Unipar, líder na produção de
cloro e soda e segunda maior produtora de PVC na América do Sul.
A entrada completa em
operação do empreendimento, com 52 aerogeradores, corresponde a 322 MW de
capacidade instalada de energia renovável adicionados à matriz elétrica
brasileira. O complexo contribuirá, ainda, para evitar a emissão anual de 57,6
mil toneladas de gases de efeito estufa (GEE). Com investimentos de R$ 1,5
bilhão, o Complexo Eólico Tucano integra o portfólio de 23 ativos da AES Brasil
em sete estados brasileiros, nas fontes eólica, solar e hídrica.
Juliana Oliveira, coordenadora
do Parque Tucano, ressaltou a satisfação por representar as outras mulheres que
fazem parte do projeto. "Era inimaginável ver uma mulher em posição de
liderança, ver o sertão como protagonista na produlção de energia. Tudo isso
era visto como um sonho distante, fazer parte desta mudança toda é simplesmente
enriquecedor", comemorou. "É enriquecedor como ser humano e como
profissional".
Parte das colaboradoras que operam o parque foi capacitada em uma iniciativa desenvolvida em parceria com o Senai BA. Ao todo, 28 alunas foram formadas no ano passado.
Foto: Feijão Almeida/GOVBA |
Mauricio Russomanno, CEO
da Unipar, destacou o empreendimento como fundamental para a empresa.
"Estamos dando um passo para nos tornarmos a empresa que queremos.
Buscamos ser confiáveis e, para isso, é importante sermos sustentáveis",
destacou.
Segundo ele, com 100% da
energia limpa, a Unipar irá descarbonizar 10% da sua operação. "Energia
representa 50% de nossos custos variáveis, por isso toda essa prioridade",
completou. Russomanno conta que a Unigel definiu a necessidade de que o projeto
fosse relevante, alinhado à estratégia da empresa e trouxesse retorno
econômico.
Até 2030, a Unipar projeta
o investimento de R$ 1,4 bilhão em 30 projetos de sustentabilidade. Maurício
Russomanno destacou ainda o projeto de construção de uma unidade para a
produção de 20 mil toneladas de cloro e 20 mil toneladas de soda cáustica por
ano, a partir de 2024. "Será a mais ecoeficiente da atualidade",
projetou.
Bruno Uchino, presidente
do Conselho de Administração da Unipar, destacou que o parque eólico vai
contribuir para uma redução de 30% das emissões da empresa até 2030.
A AES tem uma carteira de
400 MW em projetos mais maduros e um total de 2 GW em oportunidades ainda em
fase de estudos. Além da movimentação econômica gerada pela construção e
operação do parque, diversas famílias foram impactadas por projetos voltados
para a educação e acesso à água, entre outras iniciativas.
Rogério Jorge, CEO da AES
Brasil e porta-voz do ODS 7 – Energia Limpa e Acessível do Pacto Global da ONU
no Brasil, destacou a felicidade pela entrega do empreendimento. "É um
projeto que começamos cinco anos atrás", lembra. Segundo ele, foi o
primeiro iniciado do zero pela empresa. "Alugamos uma terra acreditando
que daria certo e em seguida fomos montando tudo isso", lembra. "A
Unipar acreditou neste projeto conosco, investiu metade do capital necessário e
hoje estamos aqui comemorando", destacou.
Ele lembrou ainda dos
desafios de movimentar equipamentos com até 115 metros de altura, que demandou
uma série de soluções logísticas.
Francisco Morandi,
presidente do Conselho de Administração da AES Brasil, destacou a qualidade dos
recursos eólicos da Bahia, tanto em relação ao restante do Brasil, quanto
mundialmente. "Tem um grande potencial inclusive para o desenvolvimento do
hidrogênio verde", ressaltou.
Francisco Carlos, diretor
técnico da Abeeólica, entidade que representa as empresas do setor eólico no
Brasil, lembrou que o parque eólico terá um impacto positivo correspondente à
retirada de 12 mil carros das estradas por um ano. Correio*