Em depoimento à CPI dos Atos Golpistas nesta quinta-feira (17), o hacker Walter Delgatti Neto que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) assegurou que concederia um indulto, caso fosse preso ou condenado por tentar invadir urnas eletrônicas.

A promessa teria sido feita durante reunião no Palácio da Alvorada, próximo às eleições do ano passado. O encontro teria sido intermediado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

"Apareceu a oportunidade da deputada Carla Zambelli, de um encontro com o Bolsonaro, que foi no ano de 2022, antes da campanha. Ele queria que eu autenticasse... autenticasse a lisura das eleições, das urnas. E por ser o presidente da República, eu acabei indo ao encontro. [...]

 

Lembrando que eu estava desemparado, sem emprego, e ofereceram um emprego a mim. Por isso que eu fui até eles."


Ele disse que, em uma reunião com assessores de campanha de Jair Bolsonaro, em outubro de 2022, foi aconselhado a criar um "código-fonte falso" para sugerir que a urna eletrônica era vulnerável e passível de fraude. A proposta teria partido do marqueteiro Duda Lima em uma reunião com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e Zambelli.


"A segunda ideia era no dia 7 de setembro, eles pegarem uma urna emprestada da OAB, acredito. E que eu colocasse um aplicativo meu lá e mostrasse à população que é possível apertar um voto e sair outro", disse Delgatti.


Questionado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), relatora da CPI, Delgatti reafirmou que não chegou a operar com o código-fonte original do TSE. E que a ideia de criar um código próprio veio de Duda Lima.


"Eles queriam que eu fizesse um código-fonte meu, não o oficial do TSE. E nesse código-fonte, eu inserisse essas linhas, que eles chamam de 'código malicioso', porque tem como finalidade enganar, colocar dúvidas na eleição." Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

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