A tecnologia de uma tese de doutorado aprovada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos (PPGCAL), do Centro de Ciências Agrárias (CCA), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), fará com que batatas-doces biofortificadas, registradas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina (EPAGRI), em breve estejam ao alcance do consumidor. A biofortificação de alimentos consiste em uma técnica de melhoramento genético convencional, em que se realiza seleção e cruzamento de plantas da mesma espécie, buscando gerar plantas mais nutritivas. A tese de doutorado de Cláudio Eduardo Cartabiano Leite foi responsável por orientar o plantio desses novos cultivares na cidade de Nova Soure, localizada no nordeste baiano. A longo prazo, a plantação do legume complementará a alimentação de estudantes da rede municipal da região.

A jornada de estudos de Cláudio com a leguminosa começou em 2015, quando ainda era mestrando em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Em 2017, já doutorando na UFSC, continuou estudando o alimento que tanto o fascinou durante o mestrado, porém com um novo olhar: a elaboração de um novo produto nutritivo, proveniente das cultivares biofortificadas patenteadas pela EPAGRI em 2014, SCS370 Luiza, SCS371 Katiy e SCS372 Marina.


Segundo o pesquisador, a escolha da batata-doce como objeto de estudo e cerne da tecnologia surgiu por diversas razões. “A batata-doce é uma planta incrível. Para se ter uma ideia, ela faz parte de um gênero que agrega mais de 600 espécies, mas apenas a batata-doce é capaz de fornecer aos seres humanos um alimento altamente nutritivo”, conta. Sua versatilidade no mundo todo como alimento para seres humanos e animais, além de servir como matéria prima para muitas outras mercadorias (bebidas alcoólicas, bebidas nutricionais, obtenção de compostos bioativos, geração de combustível), também contribuíram para a decisão.



Em 2022, investidores consideraram as informações publicadas nos trabalhos científicos e na própria tese de doutorado, e perceberam o potencial da pesquisa, iniciando as negociações da implementação do plantio. O nordeste baiano foi selecionado como a melhor área teste, já que apresenta características geográficas similares com o país Malawi, segundo maior produtor mundial de batata-doce.


Além das vantagens em relação ao clima e relevo, a região também é adepta da agricultura familiar, o que contribui para a proposta socioeconômica da safra. A primeira colheita tem previsão para acontecer durante o primeiro semestre de 2023, com possibilidade de ser destinada como merenda escolar para a rede educacional do município de Nova Soure. Por enquanto, não existe previsão de implementação do projeto em outros estados. Informações da ufsc

Poste um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem