A semana política em Brasília está recheada de momentos importantes, tanto no Legislativo quanto no Judiciário. Se no Congresso há posse e eleição para o comando das duas Casas, no Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura do ano da Justiça deve ser marcada por forte discurso no prédio mais afetado pelos atos de invasão e depredação promovidos no dia 8 de janeiro. Enquanto isso, no Executivo, as atenções estão voltadas a essa segunda-feira (30), que registra encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o chanceler alemão Olaf Scholz, que está no Brasil.
A
chegada do representante da Alemanha se dará ás 15h30. Uma reunião bilateral
entre os chefes de governo se dará às 15h45 e, às 18h, os Lula e Scholz se
reunirão também com delegações empresariais dos dois países. Às 18h30 haverá
uma declaração à imprensa e, às 19h30, um jantar em homenagem ao visitante.
Na pauta das conversas entre os dois estarão acordos de apoio ambiental, valorização dos direitos humanos, impulsão da economia verde e a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), com uma reconstrução do conselho de segurança que amplie o número de países.
No Congresso, a quarta-feira promete ser quente, com posse dos
parlamentares eleitos em 2022 e a eleição para os comandos da mesa. No caso da
Câmara, a sessão para receber os novos integrantes acontece às 10h. A eleição
da Mesa acontecerá às 16h30, com amplo favoritismo de Arthur Lira (PP-AL). Em
sua busca pela reeleição, ele costurou um acordo entre governistas e
oposicionistas e busca atingir o maior número de votos da história em uma
eleição para o cargo. Chico Alencar (PSOL-RJ) é o único adversário até agora
colocado.
No Senado, a posse dos novos
integrantes está marcada para 15h. A eleição do ano passado poderia renovar um
terço da Casa. Contudo, dos 27 eleitos, cinco já exerciam cargos. Com isso,
serão 22 caras novas na posse oficial. Apesar disso, novas mudanças ocorrerão,
já que quatro dos senadores que vão ser empossados são ministros de Estado e
vão se afastar logo em seguida para continuarem em seus cargos no Executivo.
Camilo
Santana (PT-CE), da Educação; Flavio Dino (PSB-MA), da Justiça e Segurança
Pública; Renan Filho (MDB-AL), dos Transportes; e Wellington Dias (PT-PI), do
Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome, precisam tomar
posse e pedirem afastamento logo depois para que não percam os cargos no
Legislativo pelos próximos oito anos. Para que isso seja possível eles vão ser
afastados do Executivo por algumas horas.
Após
a posse, haverá a eleição do novo presidente do Senado e do Congresso. Rodrigo
Pacheco (PSD-MG) é o favorito, mas enfrenta uma disputa menos confortável do
que a de Lira na Câmara. A oposição se uniu em um bloco contra o atual
presidente e sob o nome de Rogério Marinho (PL-RN). Há ainda a concorrência de
Eduardo Girão (Podemos-CE). Estima-se que, hoje, Pacheco possa ter cerca de 50
votos, mais dos que os 41 necessários para a eleição. Para virar o jogo,
Marinho precisaria conseguir muitas traições, o que não é impossível,
considerando que a votação é secreta.
Judiciário
Do outro lado da praça dos Três Poderes, também na quarta-feira (1), o STF retoma as atividades do ano Judiciário, com a expectativa de um forte discurso da presidente Rosa Weber em defesa da instituição e da democracia. Os ataques do último dia 8 na capital federal destruíram o prédio e equipes trabalham arduamente desde então para reconstruir o plenário para a reabertura dos trabalhos. Também o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá sessão solene para a reabertura de seus trabalhos. Também é esperado um discurso duro de Alexandre de Moraes, comandante da Corte. O Tempo / Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado