Quem quer que seja eleito pelos brasileiros em outubro receberá quase R$ 31 mil brutos por mês. Ou, com os descontos obrigatórios, pouco mais de R$ 24 mil, de acordo com dados do Portal da Transparência.
O salário coloca o presidente entre o 1% da
população mais bem paga do Brasil, um país conhecido pela desigualdade.
Mas comparado a chefes de Estado pelo
mundo, o salário do brasileiro não é dos mais altos. Entre os líderes do G-20,
o presidente do Brasil está entre os cinco menos bem remunerados.
Convertendo os valores para a moeda
brasileira, o mandatário americano, por exemplo, recebe cerca de R$ 160 mil por
mês. No Japão, o salário do primeiro ministro fica em torno de R$ 87 mil
mensais.
Na
América Latina, o Chile paga R$ 43 mil ao seu presidente. Já a Argentina, R$ 29
mil.
Benefícios além do salário
O
eleito para governar o Brasil ainda tem direito a outros benefícios
importantes, incluindo duas moradias em Brasília e plano de saúde.
Mas
nenhum benefício presidencial atrai tanta polêmica quanto o cartão corporativo,
um recurso com o qual o presidente banca despesas como sua alimentação, a
gasolina da frota, cuidados com a moradia oficial e os gastos em viagens.
O
benefício é uma espécie de cartão de crédito de limite elástico, bancado com
impostos e cujas despesas não são transparentes. Em média, Bolsonaro gastou R$
875 mil por mês até agora.
De
acordo com um levantamento do jornal O Globo, em seus 3 primeiros anos,
Bolsonaro gastou quase 20% a mais do que ao longo dos 4 anos do mandato
anterior, divididos por Dilma e Temer.
Bolsonaro,
no entanto, não quer dizer como gastou esse dinheiro e colocou sigilo de cem
anos sobre a fatura do cartão corporativo. Uma investigação do Tribunal de
Contas da União mostrou que ele gastou quase R$ 100 mil por mês em comida.
A
BBC News Brasil questionou o Planalto o porquê do sigilo e como o dinheiro foi
gasto, mas não obteve resposta até a publicação desse texto.
- Este texto foi publicado em
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63304814 /