Seguindo regras definidas previamente entre a produção e as campanhas dos presidenciáveis, o apresentador Eduardo Oinegue deu início ao encontro. A pergunta realizada por ele foi com relação ao orçamento destinado para a realização de obras e ações. Os participantes foram questionados sobre como irão realizar suas propostas de campanha ou de onde cortarão recursos para que elas sejam executadas.
O atual presidente Jair Bolsonaro citou o Auxílio Brasil enquanto uma de suas realizações e prometeu colocar em prática ainda mais ações. Ele também defendeu a aprovação da Reforma Tributária para que obras e programas sejam viabilizados.
Durante sua fala, Bolsonaro teceu o primeiro ataque contra Lula, afirmando que o partido do oponente foi contra o valor de R$ 600 para o programa de transferência de renda tocado pelo seu governo.
Na sua vez Lula então se aproximou da câmera e negou a fala anterior. Ele ressaltou o legado do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os investimentos feitos, segundo ele, com responsabilidade. O ex-presidente também defendeu uma Reforma Tributária, a fim de isentar os mais pobres de pagar tributos como o Imposto de Renda.
Ao fim da fala do petista, foi garantido a ele, como sorteado previamente, o direito de iniciar o embate direto com Bolsonaro. Ele perguntou ao liberal quantas escolas técnicas e universidades federais ele construiu ao longo dos quatro anos de mandato.
Tentando responder, Bolsonaro criticou o Bolsa Família e afirmou que gastou, ao implementar o Auxílio Brasil, o equivalente a 15 anos do programa anterior. "Tinha vergonha de ver as pessoas mais humildes, do interior do Nordeste, chegando a receber R$ 42", indicou, encerrando sua fala chamando o opositor de "mentiroso" e acusando o ex-gestor de ter um "passado lamentável".
Lula então provocou, alegando que a pergunta não foi respondida. Em seguida, ele defendeu suas realizações. "Nossos programas de inclusão não eram só o Bolsa Família, mas foi o maior programa que esse país já teve de ajuda ao pobre", disse, elencando outras medidas como o aumento salarial e a aquisição de alimentos pelo PNAE.
Mais uma vez, o metalúrgico retomou a pergunta sobre a criação de universidades e institutos federais. Em resposta, Bolsonaro criticou o FIES e afirmou que seu governo renegociou as dívidas de estudantes. "O senhor mais endividou a garotada do que deu ensino de qualidade", disparou.
Assim, mudando de tema, Lula então questionou seu oponente sobre a demora na aquisição de vacinas contra a Covid-19: "O senhor não carrega nas costas o sofrimento de brasileiros?".
A pergunta então foi negada pelo integrante do Partido Liberal, que apontou a negligência na compra dos imunizantes. Segundo Bolsonaro, o Brasil foi um dos países que mais vacinou em pouco tempo. As falas de Bolsonaro com teor negacionista e negligentes acerca do combate à pandemia do coronavírus depois foram relembradas por Lula.
"Senhor Lula, tem um vídeo do senhor dando graças a Deus pela pandemia", rebateu Bolsonaro. Ele também defendeu, mais uma vez, o chamado "tratamento precoce", comprovadamente ineficaz e baseado no uso de medicamentos como a azitromicina e a cloroquina, e acusou o PT de corrupção nos estados em que governa.
O assunto pandemia norteou as discussões, com trocas de acusações sobre a demora nas vacinas, a defesa de Bolsonaro sobre não ter nenhum crime imputado contra ele e o legado da vacinação contra a H1N1 em 2010.
Mudando de assunto, Bolsonaro relacionou o vice Geraldo Alckmin (PSB) e Lula a um suposto aumento do número de mortes de policiais militares durante a transferência de Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC).
"Quem tem relação com miliciano e crime organizado não sou eu. Ele sabe quem tem. Sabe quem matou a Marielle no Rio de Janeiro", disse Lula, ressaltando a construção de cinco presídios de segurança máxima durante seu governo.
Ataques de ordem pessoal foram vistos nos últimos minutos. Bolsonaro relacionou o petista ao crime organizado e Lula chamou o oponente de mentiroso, quando ele quis assumir a autoria da obra de Transposição do Rio São Francisco. Bahia Noticias / Crédito: Renato Pizzutto/Band