O governo publicou no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (18) a nomeação de Victor Godoy como ministro da Educação.
No fim de março, quando o ex-ministro Milton Ribeiro deixou a pasta, Godoy assumiu
interinamente. Agora foi oficializado no comando do MEC.
Desde julho de 2020, ele vinha exercendo o
cargo de secretário-executivo da pasta. É o quinto ministro da Educação em
pouco mais de três anos do governo
A troca no comando do MEC ocorreu após denúncias de irregularidades na gestão de Ribeiro. Em um áudio divulgado pela imprensa, o ex-ministro aparece, durante uma reunião de prefeitos, dizendo que priorizava repasse de verbas para municípios apontados por pastores. Ribeiro afirmou ainda que fazia isso a pedido do presidente Jair Bolsonaro.
Os
pastores, Gilmar Santos e Arilton Moura, não têm cargo no MEC. Na esteira da
divulgação do áudio, prefeitos de diversos municípios foram a público para
relatar que sofreram pedidos de propina dos dois religiosos. Santos e Moura,
segundo os prefeitos, alegavam que tinham poder sobre os repasses do MEC e
pediam até ouro em troca.
Perfil
Antes
de ser convidado para assumir a secretaria-executiva do MEC, Godoy fez carreira
como auditor federal de finanças e controle da Controladoria-Geral da União
(CGU), onde trabalhou de 2004 a 2020.
Na
CGU, Godoy atuou como auditor federal, chefe de divisão, coordenador-geral e
diretor-substituto de auditoria e diretor de auditoria da área social e de
acordos de leniência.
De
acordo com o currículo de Godoy no site do Ministério da Educação, ele se
formou em Engenharia de Redes de Comunicação de Dados pela Universidade de
Brasília (UnB), em 2003, e possui duas pós-graduações.
A
primeira foi em Altos Estudos em Defesa Nacional pela Escola Superior de Guerra
(ESG), de 2018, e a segunda, em Globalização, Justiça e Segurança Humana pela
Escola Superior do Ministério Público em parceria com instituições
internacionais da Alemanha e da África do Sul.
5º ministro da Educação
Victor
Godoy é a quinta nomeação do governo Bolsonaro para o Ministério da Educação em
menos de quatro anos. Antes dele, Ricardo Vélez Rodriguez, Abraham Weintraub,
Carlos Alberto Decotelli e Milton Ribeiro ocuparam a pasta, mas deixaram o
cargo em meio a polêmicas.
·
Ricardo
Vélez Rodríguez - A
demissão dele foi anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais depois de pouco
mais de três meses. A gestão de Vélaz foi marcada por crises, controvérsias e
recuos, e gerou insegurança em servidores, gestores estaduais e municipais e
especialistas, que viam riscos para a execução de metas e ações prioritárias.
·
Abraham
Weintraub - Foi o
segundo ministro da Educação de Bolsonaro e também deixou o cargo após meses de
polêmicas e críticas, em junho de 2020. Entre elas, a edição de 2019 do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem), que foi marcada por erros que afetaram cerca
de 6 mil participantes. À época, Weintraub reconheceu que houve
"inconsistências" na correção dos gabaritos da prova.
·
Carlos
Alberto Decotelli da Silva -
Ele pediu demissão do MEC antes mesmo de tomar posse. Anunciado por Bolsonaro
em 25 de junho de 2020, Decotelli entregou a carta de demissão ao presidente 5
dias depois, após uma série de denúncias sobre informações falsas no currículo
dele.
· Milton Ribeiro - Foi o ministro da Educação com maior tempo de atuação no governo Bolsonaro, ficando 20 meses à frente do órgão. No entanto, também entregou o cargo em meio a polêmicas. Um áudio divulgado pela "Folha de S. Paulo" em que Ribeiro assumia favorecer municípios indicados por dois pastores, a pedido de Jair Bolsonaro, marcou suas últimas semanas no cargo e selou sua renúncia. Informações, G1 / Fotos: Luis Fortes/MEC