A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!”(...)
Denunciadores, os versos de O Navio
Negreiro, do poeta baiano Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871),
eternizaram-se na literatura brasileira e também por serem um símbolo
histórico abolicionista. A liberdade dos escravos no Brasil somente ocorreria
17 anos depois da morte do escritor, que ficou conhecido como o “Poeta dos
Escravos”.
Castro Alves nasceu em um lugar chamado fazenda Cabaceiras, próxima à vila de Curralinho (hoje, a cidade leva o nome do escritor), há exatos 175 anos. Ele viveu apenas 24 anos, quando foi vitimado pela tuberculose. Ainda que jovem, ficou famoso, consagrou-se e era rodeado enquanto declamava seus ideais em narrativas e descrições rimadas.