Dezoito casos da doença de Haff,
também conhecida como "doença da urina preta", foram registrados até
esta terça-feira (26), na Bahia, segundo informações da Secretaria da Saúde do
Estado da Bahia (Sesab). Os dados são contabilizados desde início deste ano.
Conforme a
Sesab, as notificações foram feitas nos municípios de Alagoinhas (5), Salvador
(13), Maraú (1), Mata de São João (1), Simões Filho (1) e São Francisco do
Conde (1).
A doença
de Haff se caracteriza por ocorrência de extrema dor e rigidez muscular, dor
torácica, além de falta de ar, dormência e perda de força em todo o corpo,
podendo causar falência renal. Pessoas com a doença apresentam urina na cor de
café, causada pela elevação da enzima CPK, associada à ingestão de pescados.
De acordo
com a Sesab, os 18 casos confirmados entre janeiro e outubro deste ano, são de
pacientes de 20 a 79 anos. A faixa etária com mais número de casos é de 35 a 49
anos com sete registros (38,9%), seguida da faixa etária de 20 a 34 anos, com
cinco casos (27,8%), e de 50 a 64 anos (22,2%). Entre os casos confirmados
66,7% foram do sexo masculino.
Entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017 foram notificados 71 casos de doença de Haff nos municípios de Salvador, Vera Cruz, Dias D’Ávila, Camaçari, Feira de Santana e Alcobaça. Foram registrados dois óbitos, sendo um de residente de Salvador e outro residente de Vera Cruz, ambos com comorbidades.
Já em 2018 e 2019, conforme o órgão de saúde, não houve notificações da doença relatados pelas instituições de saúde.
No ano de
2020, a partir do mês de agosto surgiram casos da doença de Haff nos municípios
de Salvador, Feira de Santana, Camaçari, Entre Rios, Dias D’Ávila e Candiba,
totalizando 45 casos notificados. Destes, 40 foram confirmados e cinco foram
descartados, sem registro de óbitos.
A Sesab
recomenda que ao sentir dores musculares e apresentar urina escura após o
consumo de peixes ou crustáceos, as pessoas procurem imediatamente uma unidade
de saúde.
Tratamento
A doença não possui tratamento específico. Na ocorrência de
casos suspeitos, recomenda-se buscar atendimento imediato, exame para dosagem
de creatinofosfoquinase (CPK) ou TGO para observação do aumento das enzimas
musculares.
Além
disso, é necessário observar a cor da urina (escura) como sinal de alerta e o
desenvolvimento de rabdomiólise, pois neste caso, o paciente deve ser
rapidamente hidratado durante 48 ou 72 horas. Não é indicado o uso de
antiinflamatórios.
Medidas
de controle
·
Evite comer pescados crus; Não
consumir pescados ou crustáceos cuja origem, transporte ou armazenamento sejam
desconhecidos. O ideal é comprar esses produtos em locais cuja a procedência
ofereça segurança.
·
Recomenda-se exame para dosagem
de creatinofosfoquinase (CPK) e TGO para observação da alteração dos valores
normais nos exames;
·
Observar a cor da urina (escura)
como sinal de alerta e o desenvolvimento de rabdomiólise, pois, nestes casos, o
paciente deve ser rapidamente hidratado durante 48 ou 72 horas;
·
Não é indicado uso de
antiinflamatórios;
·
Orientar a população a buscar uma
unidade de saúde no caso de aparecimento dos sintomas;
·
Identificar outros indivíduos que
possam ter consumido do mesmo peixe ou crustáceo para captação de possíveis
novos casos da doença;
·
Recomenda-se coleta de amostras
de alimentos para o setor de microbiologia de alimentos. G1/ba