A Bahia está com 101 municípios com decretos de emergência por seca/estiagem reconhecidos pelo estado e 97 com reconhecimento também pela Defesa Civil nacional, atingindo diretamente uma população de mais de um milhão de pessoas que necessitam de água através de programas da União e do Estado.
Nesta
situação estão os moradores do município de Remanso, vizinho ao Lago de
Sobradinho, que enfrentam sérias dificuldades de acordo com o diretor do
Sindicato dos Produtores Rurais de Remanso, João Neto.
Ele
afirmou que na última temporada as chuvas não caíram conforme o esperado e por
isso muitas lagoas, aguadas e barragens estão secando totalmente. Ele citou
como exemplos a Lagoa da comunidade de Igarapé e a barragem da comunidade dos
Negros, um dos maiores reservatórios da zona rural do município.
Segundo
o diretor sindical, este ano não teve colheita, porque as chuvas esperadas para
os primeiros meses do ano não foram suficientes e as sementes que plantaram
foram perdidas. Disse ainda que o custo de ração para manter os animais “está
alto demais e muitos produtores rurais não sabem o que fazer”.
Na
região do Sertão do São Francisco, Remanso, tem decretos de emergência por
seca, reconhecida pelo estado e pela União. A distribuição de água acontece
pela Operação Carro Pipa através do Exército. “Mas não chega em todas as casas
e está uma loucura a procura por água”, enfatizou Neto.
O
produtor rural pontuou que “tem muita água ainda no rio São Francisco, apesar
de estar baixando também. O problema é que esta água não chega nas nossas
comunidades”, criticou. Segundo João Neto, a esperança é para chuvas no final
de outubro e novembro. “Se chover bem, melhora em 70% o sofrimento da
população”, concluiu.
Embora
a maioria dos municípios que enfrentam a situação de seca no estado seja
atendida pelo Programa do Exército, 18 municípios baianos recebem água através
do programa do governo estadual.
Incêndios florestais
Além
da seca, que é um problema cíclico em diversas regiões onde não chove por
vários meses do ano com reflexo na sobrevivência da população, o clima deste
período favorece ainda os incêndios florestais.
De
acordo com o programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) este ano já foram detectados 13.558 focos de calor na Bahia. O aumento
foi de 112% em relação ao mesmo período de 2020, quando 6.389 focos foram
registrados pelo programa.
Essa
condição levou o estado a declarar situação de emergência por causa dos
incêndios em 16 municípios, principalmente das regiões Oeste, Chapada, Vale do
São Francisco e Sudoeste.
Com vigência até 11 de janeiro de 2022, o decreto proíbe qualquer atividade com potencial de geração de novos focos de incêndio, autoriza a mobilização de todos os órgãos estaduais e a convocação de voluntários, bem como dispensa de licitação para aquisição de bens, de prestação de serviços e de obras relacionadas ao combate das queimadas. A Tarde / Barragem do Quati / Foto: Eudes Benício/GOVBA