Três entidades nacionais de trabalhadores vinculados ao setor de transporte de cargas anunciaram que decidiram decretar estado de greve e que vão iniciar greve nacional a partir de 1º de novembro se o governo federal não atender reivindicações que remontam à paralisação dos caminhoneiros em 2018.
A decisão foi tomada durante encontro
no Rio de Janeiro que reuniu as entidades Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), vinculada à CUT; Conselho
Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e Associação Brasileira de
Condutores de Veículos Automotores (Abrava), segundo comunicado enviado à
imprensa na noite do sábado.
As três entidades já fizeram outras
convocações de greve nacional dos caminhoneiros, incluindo em fevereiro e julho
deste ano, mas com a categoria dividida entre grupos que apoiam e são contra o
governo de Jair Bolsonaro os protestos não chegaram ao nível de mobilização de 2018
em que o país parou por mais de 10 dias.
"A situação é que nenhuma das
reinvidicações acordadas na ocasião da paralisação de 2018 foram
atendidas", afirmou no comunicado o presidente da Frente Parlamentar Mista
dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, deputado Nereu Crispim (PSL-RS).
Entre as reivindicações da categoria
estava a aplicação efetiva da chamada tabela de fretes mínimos. O assunto está
parado no Supremo Tribunal Federal (STF) desde que o governo de Michel Temer
cedeu à pressão dos caminhoneiros em 2018, aceitando a criação de um piso
mínimo obrigatório de fretes para os caminhoneiros autônomos, algo que levou
entidades transportadoras do setor privado a questionar a legalidade do
mecanismo na Justiça.
O governo federal tem afirmado que
está aberto ao diálogo com os caminhoneiros e tem feito uma série de concessões
paliativas aos motoristas, como incluí-los como grupo prioritário de vacinação
contra a Covid-19.
Mas uma das principais queixas dos
motoristas é justamente o custo do combustível, reajustado para cima seguidas
vezes nos últimos meses pela Petrobras (SA:PETR4). O preço médio do
diesel no país acumula alta de mais de 50% neste ano. Leia mais investing / Foto reprodução/Internet