O presidente Jair Bolsonaro protagonizará nesta quinta-feira (21) a cerimônia de inauguração do Ramal do Agreste na cidade de Sertânia, em Pernambuco.
Marcado para as
13h40, o evento faz parte do que foi batizado de Jornada das Águas pelo governo
federal, uma série de viagens do presidente e de ministros para anunciar ou
inaugurar obras hídricas em dez estados.
No entanto, o Ramal
do Agreste não começará a cumprir a sua função de levar água às casas de mais
de 2 milhões de pessoas em 68 cidades da região com mais escassez hídrica do
estado após a inauguração feita por Bolsonaro.
Para entrar em
funcionamento, o Ramal depende da conclusão das obras da Adutora do Agreste,
que, de acordo com a gestão Paulo Câmara (PSB-PE), só não foram finalizadas
ainda porque o próprio presidente da República vetou, em abril, o envio de R$
161 milhões previstos para isso.
Enquanto a conexão
com o complexo da adutora não for concluída, o ramal inaugurado não cumprirá
seu papel.
“Em todo o ano de
2021, nenhum único centavo foi repassado ao Governo de Pernambuco para o
andamento das adutoras”, diz a administração estadual, em nota.
“Deixando bem
claro: em 2021, a União não realizou nenhuma transferência de recursos”, o que,
segundo a nota do governo pernambucano, fez com que o ritmo das obras fosse
reduzido, “por conta da incerteza na disponibilidade financeira por parte do
Governo Federal e não por conta da ordem de execução dos trabalhos.”
O Ministério do
Desenvolvimento Regional, de Rogério Marinho, critica a sequência de execução
dos trechos da Adutora do Agreste escolhida pelo governo pernambucano. O
ministro participará do evento em Sertânia.
Segundo a pasta, em
nota, a administração estadual começou a obra física “do fim para o início”,
priorizando outros trechos que não o Ipojuca-Mimoso.
“Caso o governo do
estado tivesse executado prioritariamente este trecho, com a conclusão do Ramal
do Agreste, a água do Projeto São Francisco chegaria aos municípios
contemplados nesta etapa da Adutora”, diz a pasta.
O ministério
acrescenta que a Adutora do Agreste recebeu R$ 248,2 milhões do ministério nos
anos de 2019 e 2020.
“Em verificação
realizada em agosto de 2021, a pasta apurou a existência de R$ 47 milhões
repassados pela União, mas não executados no caixa do Governo Estadual. Apesar
disso, o MDR e o Ministério da Economia estão em tratativas para tentar
viabilizar novos repasses.”
Em sua nota, a
pasta não comentou o veto de Bolsonaro aos repasses em abril.
O ministério também
acusa o governo estadual de omitir em suas divulgações que “90% dos recursos da
Adutora do Agreste são repassados pelo governo federal.” Painel/Folhapress /