Como era de se esperar, o fechamento do único posto bancário de Aporá já apresenta um triste saldo para os setores de comércio e serviço aporaense.
Com suas atividades enceradas no município desde o dia 17 de maio deste ano, correntistas e demais usuários passaram
a ter que deslocar-se para as cidades de Acajutiba, Esplanada e Inhambupe, para
utilizarem serviços específicos, fornecidos pela entidade. Outros serviços mais
simples estão sendo realizados em correspondentes bancários e na casa lotérica
Baiana.
A gestão pública local tem se
esforçado para tentar reverter a situação e chegou até mesmo a anunciar, no dia
20/2, a reinauguração do tradicional posto 1454, que havia acabado de passar
por uma restruturação em suas instalações. Na mesma nota, a prefeita Carine de
Ataíde (PP) anunciou também a possível instalação de um novo posto do BB em
Itamira. No dia 16/7, em novo comunicado, a edil informou que havia conquistado
uma liminar na justiça, através da Comarca de Esplanada, para a reabertura do
posto. Todavia, passado o prazo determinado pela justiça, para a volta às
atividades, até o momento o Banco do Brasil permanece com suas portas lacradas
para a cidade de Aporá.
Do ponto de vista financeiro, o
fechamento do Banco do Brasil tem provocado sérios danos ao comércio local, já
tão castigado por décadas de estagnação econômica da cidade. Apesar da oferta
de diversas ferramentas para transações financeiras, como cartões de
crédito/débito, internet banking e
da mais moderna e recente modalidade de pagamento, o “pix”, a carteira de
clientes do BB de Aporá conta com um número significativo de aposentados e
pensionistas que, por hábito e/ou inabilidade digital, ainda realizam suas
transações “em espécie”. E essa prática tem feito centenas de pessoas recorrem
aos bancos de outras cidades, como os de Acajutiba. Uma vez recebendo suas
pensões, ou realizando seus saques em outras cidades, nestas mesmas esses
aporaenses fazem suas compras. Ou seja, o dinheiro que ora circulava
internamente no comércio de Aporá, agora tem ajudado a fortalecer e ampliar os
comércios de Inhambupe, Esplanada e da vizinha Acajutiba (esta última,
curiosamente, apesar de ser menor do que Aporá em território e população,
dispõe de duas agências bancárias, uma do BB e outra do Bradesco).
Num momento delicado, em que a cidade carece de criar fontes de geração de emprego e renda para amenizar o desemprego que, historicamente, expurgam os seus jovens para outras cidades, Aporá segue na esperança de que a situação possa ser revertida. Politicamente e judicialmente, tal reversão se mostra uma árdua tarefa, uma vez que o BB certamente irá recorrer de quaisquer decisões judiciais, para que não fique à mercê da jurisprudência pelo Brasil a fora. Informações, Aporá Noticias / Foto Portal Aporá Noticias