Sem citar especificamente seu principal rival político e econômico, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou em seu discurso na 76ª Assembleia-Geral da ONU que o país não procura uma nova Guerra Fria, mas deu uma série de recados à China.
“Não estamos
procurando, vou repetir, não estamos procurando uma nova Guerra Fria, ou um
mundo dividido em blocos rígidos”, afirmou o presidente americano.
Antes, porém, ele
afirmou que o país defende a liberdade de navegação, em referência às
reivindicações chinesas pelo Mar do Sul da China; se posicionou contra ataques
cibernéticos, que o país também acusa a China de coordenar; e citou Xinjiang,
região de minoria muçulmana onde os EUA acusam a China de genocídio, como um
dos pontos de preocupação de violações de direitos humanos.
Biden enfrenta
pressão internacional liderada pela França, após anunciar uma coalizão com a
Austrália para conter os avanços regionais da China. O acordo significou o fim
de uma parceria australiana com a França, o que foi visto pelo governo Macron
como uma “punhalada nas costas” feita pelos Estados Unidos e convocou seu
embaixador no país.
Com a desconfiança
europeia, o presidente usou a fala, seu primeiro discurso em uma
Assembleia-Geral como presidente, para reafirmar que o país voltou às
discussões mundiais depois que Donald Trump abandonou fóruns multilaterais.
O presidente disse
que “hoje, muitas das nossas preocupações não podem ser resolvidas com a força
das armas”, citando a Covid-19. “Estamos de volta à mesa nos fóruns
internacionais, especialmente nas Nações Unidas, para focar em ações globais e
desafios comuns”, disse.
Biden focou seu
discurso na necessidade de países trabalharem juntos para enfrentar a pandemia
da Covid-19 e as mudanças climáticas.
Apesar do
presidente da sessão, o chanceler das Maldivas, Abdulla Shahid, pedir que os
líderes limitassem suas falas a 15 minutos, Biden falou por por mais de 30
minutos, e foi aplaudido ao final, ao fazer um apelo por uma ação conjunta.
“Nós amos escolher construir um futuro melhor. Nós, vocês e eu”, disse.Thiago
Amâncio/Folhapress /