Sérgio Mamberti, de 82 anos, faleceu na madrugada desta sexta-feira (3), segundo confirmou ao site G1 o filho do ator, Carlos Mamberti. Ele afirmou que o pai estava intubado desde o dia 28 de agosto, em um hospital da rede Prevent Senior, em São Paulo, com uma infecção nos pulmões.
O ator, reconhecido por papéis de destaque na TV, como o mordomo Eugênio, na novela "Vale tudo"; e Dr. Victor, no "Castelo Rá-Tim-Bum", já havia sido internado, em julho deste ano, para tratar uma pneumonia.
Na
época em que Mamberti foi internado pela última vez, outro filho do ator, o
diretor da Globo Fabrício Mamberti, comentou: "Este ano tem sido duro para
ele. Já teve três internações. Na penúltima, em julho, teve uma pneumonia,
resolveu e voltou para casa. Mas foram muitos remédios, e isso acabou afetando
um pouco os rins dele. Ele passou três semanas em casa e começou a ter
disfunção renal, o que alterou a pressão. Novamente, teve que voltar para a
UTI. E, como fica numa posição sem muito movimento, novamente o pulmão começou
a ter água e, com isso, se formou uma nova pneumonia", disse à coluna de
Patricia Kogut.
Nascido em
Santos, no litoral paulista, em 22 de abril de 1939, Maberti estudou da Escola
de Arte Dramática (EAD), em São Paulo, e estreou nos palcos em 1963, com a
peça "Antígone América", escrita por Carlos Henrique
Escobar, produzida por Ruth Escobar e dirigida por Antônio Abujamra.
Também participou de espetáculos como "O balcão", "O jogo
do poder segundo Shakespeare", "Réveillon", "A noite
dos campeões", "Hamlet", "O Drácula", "A
tempestade" e "Visitando o Sr. Green". No cinema, atuou em
várias produções marcantes, como "O bandido da luz Vermelha", de
1969; "Toda nudez será castigada", de 1973; e também em roteiros
infantis, como nos filmes "Xuxa Abracadabra" e "O
cavaleiro Didi e a princesa Lili".
Em
1994, Mamberti estreou seu papel mais famoso, o Dr. Victor de "Castelo
Rá-Tim-Bum", seriado infantil da TV Cultura. Patriarca de uma família de
bruxos e tio de Nino, um garoto de 300 anos, Dr. Victor repetia um bordão
inesquecível quando se irritava com as traquinagens do sobrinho: "Raios e
trovões!". Ainda na TV, Mamberti atuou em novelas como "As pupilas do
senhor reitor", "Transas e caretas", "Dona Beija",
"Vale tudo", "O clone", "O profeta" e "O
astro". Também esteve na série "3%", da Netflix.
Ao
longo de mais de cinco decadas de carreira, Mamberti participou de 36 filmes,
36 novelas e cerca de 80 espetáculos teatrais (20 deles como produtor).
Continuou trabalhando apesar da pandemia que obrigou os teatros a fecharem as
portas. Participou de peças on-line, como "A semente da romã" e
"Novo & normal", e estreou um espetáculo solo baseado na obra do
dramaturgo Plínio Marcos.
— Meu pai
deixou um legado enorme para a cultura desse país. Ele teve a oportunidade de
estar nos melhores palcos do Brasil. E como pai, foi um grande pai —
emociona-se Carlos em depoimento ao GLOBO. — Acho que quem nasce Sérgio
Mamberti nunca morre.
Colegas
de profissão de Mamberti, como Renata Sorrah, Rodrigo Lombardi, Cássio Scapin e
Fernanda Montenegro (a quem ele chamava carinhosamente de "prima"),
prestaram homenagens ao ator. Scapin, o Nino
do "Castelo Rá-Tim-Bum", disse que Mamberti "lutou pelo
progresso e desenvolvimento da nação brasileira, com as armas que tinha, a
cultura e a arte". "Nosso coração doído se despede com muita dor e
uma grande salva de palmas!", afirmou. Leia mais no oglobo /