O ex-governador do Rio Luiz Fernando Pezão foi condenado a 98 anos de prisão, por corrupção. A sentença foi publicada nesta sexta-feira (4), pelo juiz titular da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas. Os crimes atribuídos a Pezão dizem respeito às operações Calicute, Eficiência e Boca de Lobos, todas desdobramentos da Lava Jato no Rio.
Bretas considerou, em sua
sentença, que Pezão, ex-vice-governador de Sérgio Cabral, deu continuidade aos
crimes, após assumir o governo do estado.
“A presente ação penal é
decorrente das revelações feitas por Carlos Miranda em seu acordo de
colaboração premiada homologado pelo Supremo Tribunal Federal, bem como
desdobramento das ações penais Operação Calicute, Operação Eficiência e
Operação Boca de Lobo, levadas a cabo pelo Ministério Público Federal e Polícia
Federal e que deu prosseguimento ao desbaratamento da organização criminosa
comandada por Sérgio Cabral, ex-governador do estado do Rio de Janeiro,
demonstrando que o também ex-governador Luiz Fernando de Souza (Pezão), fazia
parte da referida organização criminosa. Conforme apurado, Pezão, ao assumir
como chefe do Executivo estadual, continuou a praticar crimes de corrupção,
desvio de recursos públicos e lavagem de ativos no estado do Rio de Janeiro,
conforme já ocorria no governo Cabral”, escreveu Bretas.
Segundo Bretas, com a
documentação obtida na Operação Boca de Lobo, com prova testemunhal,
documental, depoimentos de colaboradores, dados bancários, telefônicos,
fiscais, entre outros, verificou-se que Pezão, além de integrar a organização
criminosa liderada por Cabral, foi seu sucessor nas práticas ilícitas ao
comandar o estado.
“Foi possível desvendar que
Pezão integrava a mesma organização criminosa e praticava crimes contra a
administração e de lavagem de ativos, dentre outros, nos anos que ocupou os
cargos de secretário de Obras, vice-governador e até mesmo no de governador”,
pontuou o juiz, responsável pela investigação da Lava Jato no Rio de Janeiro.
A defesa de Pezão foi procurada para se manifestar sobre a condenação, mas até a publicação desta matéria ainda não havia se pronunciado. Leia mais no exame / Foto: Isac Nóbrega/PR