Com a ressalva de que ainda não foi formalmente escolhido relator da CPI da Pandemia, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), apontado como favorito para o posto, afirmou ao GLOBO que o presidente Jair Bolsonaro "errou" e se "omitiu" na condução da pandemia e ressaltou que a comissão poderá pedir a quebra de sigilo telefônico dos investigados. Renan destaca, no entanto, que a crítica ao governo é uma avaliação dele próprio e que o trabalho da CPI será técnico e apartidário.


Qual a sua avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia?


Minha opinião é que a gestão do Bolsonaro foi terrível no enfrentamento à pandemia. Ele complicou tudo. Complicou porque errou, se omitiu e minimizou a doença. Prescreveu remédios sem comprovação científica, estimulou aglomeração, não usou máscara. Priorizou o tratamento preventivo. É um somatório. Estamos pagando esse preço em mortes. Mas isso é só uma avaliação pessoal. Defendo uma CPI técnica, que arregimente boas cabeças da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União. Defenderei uma investigação rigorosamente técnica, sem partidarismo e sem alvos pré-determinados.


Qual o papel da CPI? Que instrumentos pretende usar?


O papel da CPI é sugerir uma revisão dos procedimentos para amenizar o horror que estamos vivendo no país. A CPI tem poderes constitucionais para investigar. E, a partir daí, convocar pessoas, fazer oitivas, ter acesso a informações, quebrar sigilos telefônicos, todos os sigilos. Temos livro que sistematiza todas as decisões de CPI tomadas pelo STF. Ressalto que ainda não fui escolhido relator e nem priorizo isso. Isso só vai se definir quando a CPI for instalada. O presidente da comissão indica o relator mediante conversa com demais integrantes. Concordarei com qualquer nome do grupo. Não preciso ser relator para colaborar na investigação. Farei o meu melhor como integrante. Informações, yahoo / Foto: Lia de Paula/Agência Senado

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