O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve decisão do presidente da Corte, ministro Luiz Fux, sobre a criação do juiz de garantias. Em janeiro do ano passado, Fux suspendeu a medida. Moraes entendeu que não houve qualquer ilegalidade na decisão.


De acordo com informações do G1, Moraes respondeu nesta quinta-feira (4) a um pedido do Instituto de Garantias Penais. Entre os associados há advogados que defendem investigados e réus da Operação Lava Jato, e argumentam que as justificativas para manutenção da prisão não foram analisadas pelo juiz competente – no caso, o juiz de garantias, segundo o grupo.


Na decisão, Moraes entendeu que quando uma decisão individual é concedida em uma ação constitucional, torna-se incabível a realização de qualquer ato com base na norma suspensa. O ministro também apontou um problema processual, porque o pedido de habeas corpus do instituto foi genérico e não especificou quem seria atingido pelos constrangimentos apontados na ação.


A figura do juiz de garantias foi incluída por parlamentares no “pacote anticrime” aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro no final de 2019. Segundo a proposta, o juiz de garantias seria responsável por acompanhar uma investigação e autorizar medidas referentes à ação, como prisões e quebras de sigilo, até que um juiz analisasse o caso e determinasse pela condenação ou não do réu.


A suspensão do juiz de garantias determinada por Fux vale até que o plenário analise e delibere sobre o caso. A pauta de julgamentos do STF para o primeiro semestre não prevê discussões sobre o tema, mas, de acordo com o G1, Fux pretende realizar audiências públicas com especialistas sobre a questão. Foto: Gustavo Lima/STJ

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