Líderes religiosos protocolaram nesta terça-feira (26) um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. O motivo é a forma que o chefe do Executivo tem conduzido o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
De acordo com informações
do G1, o documento apresentado na Câmara dos Deputados é assinado por 380
pessoas. Entre elas estão bispos, pastores, padres e frades, e religiosos
cristãos ligados às igrejas católica, anglicana, luterana, presbiteriana,
batista e metodista. Dom José Valdeci Santos Mendes, bispo de Brejo, no
Maranhão e presidente da CNBB (Comissão Episcopal para a Ação
Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) também assina
o pedido.
“Bolsonaro atuou contra
recomendações de autoridades sanitárias, desrespeitou regras de obrigatoriedade
de uso de máscaras, promoveu e estimulou aglomerações, colocou em dúvida a
eficácia e promoveu obstáculos à aquisição de vacinas, fez campanha pelo uso de
medicamentos e tratamentos não corroborados pela comunidade científica, o que
resultou, entre outras consequências, na pressão do Ministério da Saúde para
uso dos medicamentos sem eficácia comprovada em Manaus, ao mesmo tempo em que
se esgotava o estoque de oxigênio na cidade”, diz um trecho do pedido de 74
páginas.
Os líderes religiosos
afirmaram que Bolsonaro deixou de fazer o que estava entre suas obrigações como
presidente e suas atitudes podem se enquadrar na Lei 1.079/1950, que define os
crimes de responsabilidade. Entre eles: não tornar efetiva a responsabilidade
dos seus subordinados; expedir ordens ou requisições contrárias às disposições
expressas na Constituição; e proceder de modo incompatível com a dignidade, a
honra e o decoro do cargo.
O governo federal ainda não
se manifestou sobre o pedido, que se soma a outros 61 já apresentados à Câmara.
Desse total, 56 estão em análise. Os outros cinco foram arquivados ou não
aceitos por questões formais, sem análise do mérito.