O estilista francês Pierre Cardin morreu aos 98 anos nesta terça-feira (29), segundo anunciou sua família à Agência France Presse. A causa da morte não foi divulgada.
Vanguardista, o estilista foi um dos
responsáveis pela retomada da alta costura na França pós-guerra.
Cardin nasceu em 2 de julho de 1922 em Veneza, na Itália, com o
nome de Pietro. Seus pais, agricultores italianos, migraram para a França para
fugir do fascismo. O estilista se naturalizou francês.
Começou a trabalhar com moda e costura
aos 14 anos, como alfaiate na cidade de Saint-Etienne. Em 1944, ingressou na
casa Paquin, em Paris, da renomada estilista Jeanne Paquin. Ali, foi
responsável pela criação dos figurinos do filme "A bela e a fera"
(1946).
Em 1947, se tornou o primeiro
funcionário de Christian Dior e colaborou com a criação do tailleur Bar, uma
das peças mais famosas de Dior.
Cardin fundou o próprio ateliê em
1950, com um estilo revolucionário nas formas (esculturais e abstratas) e no
tecido, com peças feitas de vinil e peles falsas.
O estilista vestiu diversas
personalidades das artes e do cinema, como a atriz Jeanne Moreau, com quem
formou um casal por quatro anos, passando pela também atriz Charlotte Rampling
à bailarina Maya Plisetskaya.
Vanguardista
Pierre Cardin foi pioneiro nos anos
1960. Foi neste ano que se tornou o primeiro estilista a lançar uma coleção
masculina.
Disposto a democratizar o acesso à
moda, enfrentou críticas ao oferecer peças para uma loja de departamento, em
1962.
Na mesma década, introduziu uma
modelo japonesa em seus desfiles parisienses, também novidade na moda europeia.
Apesar da sede na França, sua grife
se tornou muito popular na Ásia e nos Estados Unidos. Além da moda, Cardin
tinha negócios de hotelaria, perfumaria e restaurantes.