O governo federal lançou oficialmente nesta quarta-feira(16), em cerimônia no Palácio do Planalto, o plano nacional de vacinação contra a Covid-19.
Por
determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério da Saúde já havia apresentado uma
versão do material na semana passada.
O
documento prevê a vacinação primeiro de grupos considerados prioritários, por
estarem mais expostos ao coronavírus ou serem mais vulneráveis à doença.
Na atualização do plano foram incluídos como grupos prioritários as
comunidades tradicionais ribeirinhas e quilombolas, trabalhadores do transporte
coletivo, pessoas em situação de rua e população privada de liberdade.
Além
dos novos grupos, permanecem entre os prioritários: trabalhadores da área de
Saúde, idosos (acima de 60 anos), indígenas, pessoas com comorbidades,
professores (do nível básico ao superior), profissionais de forças de segurança
e salvamento, e funcionários do sistema prisional.
51 milhões de pessoas na 1ª etapa
Segundo
o governo, 51 milhões de pessoas serão vacinadas nessa etapa, o que vai exigir
108, 3 milhões de doses. Cada pessoa toma duas doses, e há uma perda de 5% de
vacina decorrente dos processos de transporte e aplicação.
Ainda
de acordo com o governo, a vacinação no Brasil deve ser concluída em 16 meses –
quatro meses para vacinar todos os grupos prioritários e, em seguida, 12 meses
para imunizar a "população em geral".
A vacinação ainda não tem uma data para começar. O
governo afirma que é preciso esperar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) aprovar o registro de vacinas. Até agora, nenhum pedido de registro
chegou à Anvisa (veja informações sobre vacinas mais abaixo).
O presidente Jair
Bolsonaro, sem máscara, participou do lançamento do plano na tribuna das
autoridades. Ele estava ao lado do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que
também não usava máscara. Algumas autoridades estavam com o equipamento,
considerado fundamental por especialistas em saúde para conter a propagação do
coronavírus.
Governadores e
parlamentares também acompanharam o evento.
Vacinas
Em
seu discurso, Pazuello afirmou que todas as vacinas produzidas no Brasil, sejam
as produzidas pelo Insituto Butantan, pela Fiocruz, ou "por qualquer
indústria, terão prioridade no Sistema Único de Saúde (SUS). "Isso está
pacificado", disse o ministro.
Inicialmente, o
plano leva em conta apenas a vacina desenvolvida em parceria da Universidade de
Oxford com o laboratório AstraZeneca. O Brasil tem acordo para receber 100
milhões de doses dessa vacina até julho. No segundo semestre, a previsão é de
que a Fiocruz, parceira de Oxford e da AstraZeneca, produza 160 milhões de
doses.
Mas o governo já
informou que pretende comprar todas as vacinas avalizadas pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além da Fiocruz, o
Instituo Butantan, ligado ao governo de São Paulo, também vai produzir uma
vacina contra a Covid-19. No caso do Butantan, é a vacina Coronavac, produzida
pelo laboratório Sinovac.
Até o momento, ainda
não chegou à Anvisa o pedido de registro de nenhuma vacina.
"Não haverá
nenhuma diferença. Todas as vacinas produzidas no Brasil, ou pelo Butantan ou
pela Fiocruz, por qualquer indústria, ela terá prioridade do SUS. E isso está
pacificado. Isso está discutido", completou.
Pazuello também destacou a capacidade do Brasil de produzir vacinas e aplicá-las na população.
“Vamos levantar a cabeça. Acreditem. O povo brasileiro tem capacidade de ter o maior sistema único de saúde do mundo, de ter o maior programa nacional de imunização do mundo, nós somos os maiores fabricantes de vacinas da América Latina. Pra quê essa ansiedade, essa angústia? Somos referência na América Latina e estamos trabalhando”, afirmou o ministro.
O secretário de
vigilância do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, disse que o governo vai
começar nesta quarta uma campanha de comunicação dividida em duas etapas. A
primeira é voltada a “transmitir segurança à população" em relação à
eficácia das vacinas que o Brasil vier a utilizar. A segunda etapa será o
momento de chamar as pessoas para receber as doses.
“Prepare-se e
cuide-se porque o que nós queremos um é um Brasil imunizado, porque somos todos
uma só nação", disse Medeiros. G1 /