Um caso incomum no dia a dia do judiciário baiano veio a público nesta terça-feira (17). O fato envolve a desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) Telma Britto e o ex-prefeito de Nova Soure, no Nordeste baiano, José Arivaldo Ferreira Soares, o Ari. Acusada pelo ex-gestor de favorecer o prefeito Cassinho, adversário na eleição do domingo (15), Telma Britto declarou repúdio às declarações de Ari.
O ex-prefeito questionava o fato de uma decisão desfavorável a ele ter sido tomada pela magistrada em um dia de domingo, sem que fosse "caso de plantão". Na medida, Britto revogou uma decisão anterior que tinha anulado a sessão da Câmara que rejeitou as contas do ex-prefeito relativas a 2011. Com isso, Ari seguia com a candidatura irregular (ver aqui). O ex-administrador também citou falas de um advogado assegurando a decisão contrária a Ari e objetivo de interferência no pleito de Nova Soure. As alegaçõs foram repudiadas também por Telma Britto.
Segundo a desembargadora, o ex-gestor usou métodos escusos e suspeitas sem credibilidade contra ela, em uma espécie de vale-tudo, “usando inverdades” para achincalhar a reputação da magistrada. Por conta disso, Telma Britto agora se declarou em “suspeição” de julgar o caso e determinou o encaminhamento para outro desembargador.
"Sou humana e estou 'sujeita a emoções, simpatias, amizades e convicções político-ideológicas que a todos, sem exceção, atingem', sendo compreensível que não consiga superar o repúdio à tática do Excipiente ao trazer para o âmbito judicial o vale tudo erroneamente usado na política, utilizando-se de inverdades para tentar achincalhar a minha reputação, tanto mais quando o faz à mingua de qualquer justificativa, tão somente para obter a suspensão do processo, com vistas a viabilizar sua candidatura", diz a desembargadora.
Ari ficou em segundo lugar na eleição para prefeito de Nova Soure. O prefeito Cassinho se reelegeu com 45,34% dos votos válidos contra 41,21% conseguido por Ari. As informações e foto montagem são do Bahia Notícias.