Morreu nesta
segunda-feira (17) o Dr. Elsimar Coutinho, aos 90 anos, vítima de complicações
em decorrência do coronavírus. Eleito uma das Grandes Mentes do século
XXI, o cientista baiano, especializado em reprodução humana, estava internado,
desde o último dia 20, em um hospital de Salvador, mas realizou tratamento no
último mês em São Paulo.
“A
medicina para mim não foi bem uma escolha. Foi algo natural, uma espécie de
herança", declarou certa vez, referindo-se diretamente ao pai, o médico e
farmacêutico Elsior Coutinho.
Elsimar
nasceu no dia 18 de maio de 1930, em Pojuca. Após cursar a Universidade
Federal da Bahia (Ufba), onde graduou-se em Farmácia e Bioquímica em 1951, e em
Medicina em 1956, foi estudar com o Professor Claude Fromageot, na Sorbonne,
Universidade de Paris, graças a uma bolsa conjunta dos governos brasileiro e
francês.
Pioneiro
e desbravador, o cientista desenvolveu, além do primeiro anticoncepcional
injetável de efeito prolongado, a primeira pílula anticoncepcional contendo
Norgestrel, que é hoje o progestínico mais usado do mundo.
Professor
Titular do Departamento de Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução Humana da
Faculdade de Medicina da Ufba, ele criou a disciplina de "Reprodução
Humana", única no Brasil, da qual tornou-se professor titular desde a sua
criação até a aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade.
Entre
suas principais obras está a criação do CEPARH - Centro de Pesquisas e
Assistência em Reprodução Humana, clínica modelo em planejamento familiar em
Salvador, localizada no bairro da Federação, que presidiu até morrer. Sua
campanha pelo planejamento familiar, aliás, tem tanta importância quanto aquela
que o “Major” Cosme de Farias empreendeu contra o analfabetismo.
Chocado
com o surgimento do coronavírus, Elsimar declarou em maio desse ano, em
entrevista à Rádio Metrópole: "Com a virulência que ele apresenta, nunca
vi". Mas também reforçou, cientificamente, a voz esperança: "É um
consolo que eu vejo as crianças, quando afetadas, não morrem e desenvolvem uma
certa defesa, sem problemas cardiovasculares". Com informações, Metro1 / Foto Auremar Santos