Sputnik - O ministro se referiu, entre outras,
à manifestação ocorrida neste domingo (31) na Praça dos Três Poderes, em
Brasília, onde ativistas pró-Bolsonaro defenderam intervenção militar e
fechamento do Congresso e do STF.
"A
mim me parece que isso precisa ficar muito claro. Manifestações
antidemocráticas elas não apenas são inconstitucionais, mas elas se revelam
criminosas e elas têm que ser repudiadas e punidas", disse o ministro para
GloboNews.
O
juiz acrescentou já ter manifestado sua preocupação ao presidente Jair
Bolsonaro, bem como ter condenado a presença do chefe de Estado em atos do
tipo.
"Acho
tudo isso preocupante e já tive até oportunidade de dizer ao próprio presidente
da República que me parecia extremamente inadequado ele participar de
manifestações que clamavam pelo fechamento do Congresso, do STF e por qualquer
medida antidemocrática", disse Gilmar Mendes.
Por
outro lado, Gilmar Mendes afirmou que protestos em frente ao STF não intimidam
a Corte, pois "as forças de segurança estão aí para eventualmente
protegê-la”.
Mendes
comentou o ato realizado na noite deste sábado (30) em frente ao STF. Os
manifestantes usavam máscaras brancas e tochas.
"Essa,
na madrugada, lembra esses supremacistas raciais brancos e episódios que
ocorreram na Alemanha nazista, de modo que é preciso ter muito cuidado, isso
não tem nada a ver com democracia", avisou o ministro.
Gilmar
Mendes aproveitou a ocasião para defender o inquérito das fake news, no âmbito
do qual a Polícia Federal, na quarta (27), realizou buscas na casa de
empresários aliados de Bolsonaro, suspeitos em integrar o "Gabinete do
Ódio" do presidente, responsável por produção massiva de notícias falsas.
"Algo
regular, não temos nenhuma dúvida. E o ministro Alexandre de Moraes vem tomando
todas as medidas. Está sendo feito com base no devido processo legal, não há
nenhum exagero por parte do STF", alertou ele.
O
ministro do STF destacou a importância do combate à notícias falsas que, em sua
opinião, representam perigo para a democracia.
"O
uso político dessa desinformação, toda essa rede de militantes e robôs que se
identificam e contribuem para difusão precisa ser revelado e combatido [...]
Isso pode ser muito danoso para a democracia", concluiu. Foto Rosinei Coutinho/SCO/STF