Crítico de operações da Polícia Federal com o que chama de “pirotecnia”, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou que corporação ganhou traços da milícia do Rio de Janeiro na gestão do presidente Jair Bolsonaro. Rui não quis avaliar a denúncia contra o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), mas disse que a forma com que a ação foi feita é espetaculosa. 

“Não quero julgar erro, se não tem erro, se tem desvio ou não. Toda apuração deve ser feita, mas o que estou analisando são os aspectos e circunstâncias que isso foi feito. Foi capitalizado pela família [do presidente], que tenta transformar instituições públicas em um braço de atuação político-partidária. Atuando da mesma forma que a milícia do Rio atua nas favelas, constrangendo e ameaçando os moradores. É toda uma ordem de crimes que têm como base a ameaça, a população e o constrangimento. Na favela do Rio, ameaça de morte. Na política, ameaça utilizando instrumentos que deveriam ser da República do Brasil para ameaçar as pessoas. Fico muito triste com isso. O Brasil está perdendo o resto de credibilidade que tinha”, afirmou, em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metrópole. 

Para Rui Costa, controlar a PF virou um dos objetivos do presidente da República. “Primeiro o presidente disputa, demite um ministro da Justiça dizendo que quer controlar a PF, que não admite que quem esteja lá não passe relatórios ou despache com ele diariamente. Como se a função principal do presidente da República fosse despachar com o chefe da PF, como se o país não tivesse problemas na Saúde, Educação, Infraestrutura, na geração de empregos, na logística e dimensão do país. O presidente só pensa naquilo. Dias depois, troca o ministro, troca as pessoas da PF e dias depois, uma deputada que é conhecida por participar da intimidade da família e do gabinete do ódio, como se tivesse participado da organização disso e elaboração, anuncia. O negócio é tão escrachado que ela dá uma entrevista a uma rádio regional e divulga. Só faltou marcar a data, hora, dia e anunciar tudo”, apontou. 

A situação política do país, de acordo com o governador, faz com que o Brasil pareça um “barco à deriva”. “Acho que todos nós brasileiros temos que fazer uma reflexão do quanto nós contribuímos ou não para o país chegar nesse estado. Um estágio de ódio, intolerância e perseguição onde o Brasil é um barco à deriva que afunda a cada dia. É algo inacreditável as pessoas nas imagens. Manifestações de ódio e irracionalidade”. Com informações, Mtero1 / Foto: Camila Souza/GOVBA

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