Após tomar conhecimento das declarações do ministro da Educação, Abraham Weintraub, contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Marco Aurélio Mello definiu a fala como "imprópria". Para ele, não se trata de um caso passível de uma ação penal, mas ressaltou que, caso fosse o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), demitiria o homem à frente do Ministério da Educação.

"Eu só posso atribuir a um arroubo de retórica, né? E cabia ao dirigente da reunião exercer o poder de polícia, evidentemente cortando a palavra dele e dizendo que a palavra em si era imprópria", opinou o ministro do STF em entrevista à TV Globo. "Se estivesse ocupando a cadeira de presidente da República, evidentemente não teria o estilo do presidente, eu pediria a ele pra pegar o boné e ir pra casa. Eu acho que, principalmente, como ministro da Educação, ele ficou numa situação muito ruim. Que educação é essa?", criticou.

Na reunião realizada em 22 de abril, Weintraub chamou os magistrados de "vagabundos". "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF", declarou o ministro, que não foi repreendido por nenhum dos presentes.

Parte da reunião veio à tona nessa sexta-feira (22), quando outro ministro do Supremo, Celso de Mello, retirou o sigilo do vídeo. O conteúdo é analisado no inquérito que investiga as acusações do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, de que Bolsonaro pretendia interferir politicamente na Polícia Federal (PF). Foto: Evaristo Sá / AFP

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