Em reunião por videoconferência com o
presidente Jair Bolsonaro, os governadores manifestaram hoje (21) apoio ao veto
do trecho do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional que deixa várias
categorias do funcionalismo de fora do congelamento de salários de servidores
públicos, proposto pelo governo federal.
Os presidentes da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também
participaram do encontro, ao lado de Bolsonaro e de ministros de Estado, a
partir do Palácio do Planalto.
“É o momento da unidade nacional,
[em] que todos nós estamos dando uma cota de sacrifício, é um momento ímpar na
história do país, e a maioria dos governadores entende [ser] importante vetar
esse artigo dos aumentos salariais”, disse o governador de Mato Grosso do Sul,
Reinaldo Azambuja, em nome de todos os governadores. “Pedimos que sancione esse
projeto porque é importante para manutenção das atividades dos entes federados,
para poder socorrer principalmente aqueles assuntos relacionados à saúde”,
afrrmou Azambuja.
O Projeto de Lei Complementar (PLC)
39/20, que fioi aprovado no dia 6 de maio,
garante auxílio financeiro de até R$ 125 bilhões a estados, municípios e ao
Distrito Federal para o combate ao novo coronavírus, e tem como contrapartida
medidas de controle de gastos, como a suspensão do reajuste.
Além dos profissionais de saúde e segurança pública e das Forças Armadas, os parlamentares excluíram do congelamento trabalhadores da educação pública, servidores de carreiras periciais, das Polícias Federal e Rodoviária Federal, guardas municipais, agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, de serviços funerários e de assistência social.
Além dos profissionais de saúde e segurança pública e das Forças Armadas, os parlamentares excluíram do congelamento trabalhadores da educação pública, servidores de carreiras periciais, das Polícias Federal e Rodoviária Federal, guardas municipais, agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, de serviços funerários e de assistência social.
Azambuja citou estudos do Ministério
da Economia segundo os quais os dois anos de congelamento de reajuste
liberariam R$ 69 bilhões nas despesas dos estados com funcionalismo e R$
62 bilhões, nas dos municípios. “É impossível darmos qualquer aumento agora
porque precisamos cuidar da população brasileira como um todo”, destacou o
governador sul-mato-grossense.
Bolsonaro anunciou que o PLC será
sancionado em breve, após alguns ajustes técnicos e que as progressões e
promoções dos servidores continuarão ocorrendo normalmente. Apenas os reajustes
serão suspensos. O projeto aprovado também prevê a suspensão dos prazos de
validade dos concursos públicos homologados até o dia 20 de março deste ano.
Tal suspensão será mantida até o fim do estado de calamidade pública em vigor
no país.
De acordo com o presidente, serão
vetados quatro dispositivos, e ele pediu apoio para que esse vetos sejam
mantidos pelo Congresso. “Enquanto se fala que os informais perderam muito, que
os formais também, muitos perderam seus empregos ou tiveram salários reduzidos.
Essa é a cota de sacrifício dos servidores, pela proposta que está aqui, de não
ter reajuste até 31 de dezembro do ano que vem”, disse Bolsonaro.
Após a sanção, os parlamentares tem
30 dias para apreciar os vetos.
Ajuda financeira
Dos R$ 125 bilhões, há o repasse de
R$ 60 bilhões aos entes federados, em quatro parcelas mensais, sendo R$ 10
bilhões reservados ao combate à covid-19. Em nome dos governadores, Azambuja também
pediu que, se possível, a primeira parcela seja liberada ainda no mês de maio,
devido “à perda brutal que os estados estão vivendo em suas receitas”, por
causa da queda na atividade econômica.
Pelo projeto, além do repasse,
estados e municípios terão R$ 49 bilhões liberados por meio de suspensão e
renegociação de dívidas com a União e bancos públicos, e mais R$ 10,6 bilhões
em renegociação de empréstimos com organismos internacionais com aval da União.
Já os municípios terão a suspensão do pagamento de dívidas previdenciárias que
venceriam até o fim do ano, e que representam cerca de R$ 5,6 bilhões para
eles.
União e coordenação
Os governadores do Espírito Santo,
Renato Casagrande, e de São Paulo, João Doria, parabenizaram o presidente
Bolsonaro pela condução da reunião e enfatizaram a necessidade de uma
coordenação central da crise e de ações conjuntas entre todos os Poderes, nos
três níveis da federação, para o combate à pandemia de covid-19, a preservação
de vidas e proteção dos mais vulneráveis.
“Não temos, nós, estados e
municípios, o poder forte para fazer esse enfrentamento sozinhos”, disse
Casagrande. “Vamos viver ainda um tempo significativo de crise [de saúde e
econômica]”, acrescentou. “E não precisamos da crise política, por isso, saúdo
o presidente por nos convidar para que pudéssemos estar dialogando e
participando desse ato, de sanção desse projeto de lei.”
João Doria destacou que as lideranças
políticas precisam estar unidas para vencer a crise e proteger a saúde dos
brasileiros. “Nosso foco, neste momento, é exatamente este: proteger os
brasileiros em todo o Brasil. A existência de uma guerra, ela coloca a todos em
derrota, ninguém ganha numa guerra, e quem perde, principalmente são os mais
pobres e mais humildes. E nós precismos estar unidos”, disse.
O presidente do Senado, Davi
Alcolumbre, destacou a construção coletiva do PLC para dar segurança jurídica
aos entes e para que se possa “concretamente socorrer os estados e municípios
brasileiros, estendendo a mão amiga do governo federal, para buscar diminuir os
impactos dramáticos da crise que estamos vivendo”. Alcolumbre parabenizou todos
os líderes que estão “deixando as ideologias e os partidos políticos de lado”.
“Chegou a hora de todos nós darmos as
mãos, levantarmos uma bandeira branca, porque estamos vivendo um momento
excepcional, um momento de guerra. Ee na guerra todos perdem”, afirmou o
senador. “Temos que ter consciência de que essa crise histórica que estamos
vivendo é uma crise sem precedentes nas nossas vidas, mas nós seremos cobrados
no futuro sobre qual atitudes tomamos para enfrentar uma dificuldade de saúde
pública que ceifa hoje a vida de quase 20 mil brasileiros. E milhares perderam
seus empregos, milhões estão perdendo a oportunidade de um futuro promissor”,
destacou.
Em sua fala, o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia, disse que a reunião simbolizava a importância da federação e que
a sanção do projeto vai dar condições de trabalho para estados e municípios no
combate ao novo coronavírus. “A união de todos no enfrentamento à crise vai
criar as melhores condições para que, em um segundo momento, possamo tratar, no
pós-pandemia, da nossa recuperação econômica e dos empregos dos brasileiros. A
união, em conjunto, para salvar vidas é a sinalização mais importante e esses
recursos vão certamente nessa linha.”
Maia voltou a defender a ampliação das reformas administrativa e tributária para “outro patamar” e disse que a Câmara pode debater desde já essas propostas. O deputado defendeu ainda a retomada da discussão de propostas como a do novo marco regulatório do saneamento básico. “Para que no período pós-pandemia, unidos, com credibilidade com o mundo, a gente possa ter marcos em vários setores, começando pelo saneamento [básico], para o Brasil. E esses investimentos garantirão uma recuperação melhor para o país”, afirmou. Com informações, Agência Brasil / Foto: Marcos Corrêa/PR
Maia voltou a defender a ampliação das reformas administrativa e tributária para “outro patamar” e disse que a Câmara pode debater desde já essas propostas. O deputado defendeu ainda a retomada da discussão de propostas como a do novo marco regulatório do saneamento básico. “Para que no período pós-pandemia, unidos, com credibilidade com o mundo, a gente possa ter marcos em vários setores, começando pelo saneamento [básico], para o Brasil. E esses investimentos garantirão uma recuperação melhor para o país”, afirmou. Com informações, Agência Brasil / Foto: Marcos Corrêa/PR