O ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou em uma live da XP Investimentos,
na segunda-feira (6) que há no entorno de Jair Bolsonaro pessoas que organizam
um “golpismo de botequim”, com afirmações como a de que bastaria “um cabo e um
soldado para fechar o Supremo” e a convocação de manifestações em quartéis. A
informação é da coluna de Guilherme Amado, da revista Época.
Segundo
a publicação, o ministro questionou se essas pessoas estariam usando as Forças
Armadas como “milícia”, querendo manter as instituições “cativas” e amedrontar
as pessoas. E afirmou que não vê ambiente para nenhuma ruptura institucional.
“Não
vejo possibilidade de ruptura. Não vi antes e não vejo agora. Embora em alguns
segmentos a gente escutasse esse grito de guerra: ‘Vamos aplicar o artigo 142’.
O artigo 142 autoriza o emprego das Forças Armadas para a manutenção da lei e
da ordem, não para estabelecer um regime militar. Aí outros apelavam para o
AI-5. ‘Vamos regressar o AI-5. Vamos chamar as Forças Armadas para implantar o
AI-5’. Veja, o presidente foi eleito numa eleição democrática. Chamar as Forças
Armadas? As Forças Armadas que vêm primando, inclusive, pelas práticas
democráticas que são chefiadas pelo presidente da República, agora viram braço
de alguém que quer dar um golpe? Que não é nem o presidente, mas grupamentos no
seu entorno. Estão usando as Forças Armadas brasileiras como milícia? Isso é
muito estranho, e me parece impróprio. Não tem eco, tenho certeza, daquilo que
eu conheço, nas Forças Armadas”, afirmou Mendes.
Sem
mencionar o nome de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, Gilmar fez menção
ao vídeo de 2018 em que ele afirma que “para fechar o STF bastam um cabo e um
soldado”. No ano seguinte, o deputado defendeu um “novo AI-5”.
“O
que eu vejo é que de fato se espalhou nesse submundo esse tipo de mensagem, de
gente muito ignara, muito estúpida mesmo, que a toda hora diz: ‘Vamos fazer
manifestações nos quartéis, vamos chamar um soldado e um cabo para fechar o
Supremo Tribunal Federal’, ou coisa do tipo. Isso não faz sentido algum, e nós
estamos vendo que essas pessoas depois precisam de habeas corpus e querem
habeas corpus no Supremo Tribunal Federal. Esses mesmos detratores. É muito
curioso isso tudo”, afirmou. Foto reprodução/Internet