A sinalização dada por Jair Bolsonaro de que poderia não renovar
a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) autorizando a permanência das Forças Armadas
no Ceará levou governadores a afirmarem que, com isso, o presidente daria mais
um motivo para a defesa de seu impeachment.
Ao retirar as tropas do estado,
o presidente estaria ameaçando a ordem pública em uma unidade federada, pela
qual tem o dever constitucional de velar.
A maioria dos governadores de oposição a Bolsonaro, no entanto, não pretende
endossar, por enquanto, a palavra de ordem dada pelo colega do Rio de Janeiro,
Wilson Witzel (PSC-RJ), que já defende escancaradamente o impedimento do
presidente.
Segundo um deles, a proposta
acabaria beneficiando Bolsonaro, que estaria justamente buscando “um confronto”.
O passeio do ministro Sergio
Moro, da Justiça e Segurança, em um blindado das Forças Armadas também disparou
o sinal de alerta entre governadores que acreditam que a cena não ocorreu por
mero acaso.
O governador do Ceará, Camilo
Santana (PT-CE), recebeu a informação de que, caso Bolsonaro não renovasse a
GLO, ele poderia recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para mantê-la.
Ministros da corte estariam dispostos a atender a um pedido judicial para que
as tropas não saíssem do estado, que enfrenta um motim policial. Com informações, Politica Livre / Foto: Carolina Antunes/PR