Neste domingo (22), quando se
comemora o Dia Mundia Mundial da Água, todas as atenções estão voltadas para a
luta contra o novo coronavírus (Covid-19)
e um cuidado de higiene é fundamental para evitar pegar a doença e propagar o
vírus da Sars-cov-2: lavar corretamente as mãos. Mas, segundo dados do Fundo
das Nações Unidas para a Infância (Unicef), duas em cada cinco pessoas em todo
o mundo não têm instalações básicas para se lavar as mãos, de acordo com os
dados mais recentes.
Conforme o Unicef, 40% da população
mundial, ou 3 bilhões de pessoas, não têm lavatório com água e sabão em casa e
quase três quartos das pessoas nos países menos desenvolvidos não têm
instalações básicas para lavar as mãos em casa.
O Unicef afirma ainda que 47% das
escolas, que abrigam 900 milhões de crianças em idade escolar, não têm um
lavatório adequado.
Nos estabelecimentos de saúde de todo
o mundo, 16% não tinham banheiros funcionais ou instalações para lavar as mãos
nos pontos de atendimento onde os pacientes são tratados.
"Lavar as mãos com sabão é uma
das coisas mais baratas e eficazes que você pode fazer para proteger você mesmo
e os outros contra o coronavírus, bem como contra muitas outras doenças
infecciosas. No entanto, para bilhões, mesmo as medidas mais básicas estão
simplesmente fora de alcance", disse Sanjay Wijesekera, diretor de
Programas do Unicef.
O fundo apresentou ainda outros dados
que mostram a precariedade dos serviços de saneamento básico em todo o mundo.
Na África ao sul do Saara, 63% da população nas áreas urbanas, ou 258 milhões
de pessoas, não têm acesso à lavagem das mãos. Na Ásia Central e Meridional,
22% da população nas áreas urbanas, ou 153 milhões de pessoas, não têm acesso à
lavagem das mãos; quase 50% dos bengaleses urbanos, 29 milhões de pessoas, 20%
dos indianos urbanos, ou 91 milhões de pessoas, carecem de instalações básicas
para lavar as mãos em casa.
No Brasil
Segundo o Sistema Nacional de
Informações sobre Saneamento (SNIS), na média brasileira, 83,5% da população é
servida por rede de água e apenas 52,4% tem o esgoto coletado, do qual somente
46% é tratado, conforme os dados mais recentes divulgados em fevereiro. Esses
percentuais pouco subiram nos últimos anos, ligando o alerta para a
impossibilidade de se cumprir as metas de universalização do saneamento até
2033, conforme o Plano Nacional de Abastecimento (PlanSab), de 2013.
A Confederação Nacional da Indústria
(CNI) divulgou estudo que prevê que quatro em cada 10 litros de água são
perdidos no Brasil antes de chegar à população. Conforme a confederação, 34
milhões de brasileiros não têm água encanada e quase 40% dos recursos hídricos
se perdem por desvios e infraestrutura deteriorada.
Novo marco do saneamento
Está na pauta do Senado a proposta do
Novo Marco Regulatório do Saneamento Básico. O texto, aprovado pela Câmara dos
Deputados no final de dezembro, pretende unificar as regras do setor sob o
guarda-chuva da Agência Nacional de Águas (ANA).
O principal objetivo do projeto é
abrir o mercado para a iniciativa privada, de modo a garantir recursos para a
universalização do abastecimento de água e da coleta e tratamento do esgoto.
Com informações do Unicef / Agência Brasil