O sultão de Omã,
Qaboos bin Said al-Said, morreu na noite de sexta-feira (10), informou a mídia
estatal no sábado (horário local). Ele tinha 79 anos e estava com um câncer.
"Com tristeza
(...) a corte do sultanato está de luto (...). Nosso sultão Qabus bin Said
(...) foi chamado por Deus nesta sexta-feira", informou a agência.
Qaboos era uma
liderança respeitada no mundo árabe desde que chegou ao poder em 1970, quando
liderou um golpe de estado com a ajuda do Reino Unido contra seu próprio pai, o
sultão Said bin Taimur.
Ele buscou
transformar o sultanato, até então completamente fechado ao mundo e submetido a
um rígido controle religioso.
Monarca absoluto,
era o líder árabe a ficar mais tempo no poder. Além de chefe de estado, era
primeiro-ministro supremo, comandante das Forças Armadas, ministro das
Finanças, da Defesa e das Relações Exteriores.
Nas últimas décadas, Qaboos manteve
apoio do Ocidente se projetou como um hábil negociador na região, a ponto de
facilitar diálogos sobre o acordo envolvendo o programa nuclear do Irã, e ao
mesmo tempo manter sua posição no Conselho de Cooperação do Golfo, de forte
influência saudita.
O país árabe tem posição neutra entre
Estados Unidos e Irã, e serviu de mediador para as negociações que levaram ao
acordo nuclear.
Sucessão
Qaboos não teve
filhos e não indicou publicamente um sucessor. Um estatuto de 1996 diz que a
família governante escolherá quem ocupará seu lugar dentro de três dias após o
trono se tornar vago.
Depois do período de luto oficial,
todos os 50 homens membros da família real escolherão o novo sultão. Se não
houver consenso, um conselho de oficiais militares e de segurança, chefes da
Suprema Corte e chefes das duas assembleias colocará no poder a pessoa cujo
nome foi secretamente escrito pelo sultão em uma carta selada.
Repercussão
Após o anúncio, a
embaixada dos Estados Unidos em Omã divulgou um comunicado lamentando a morte
do sultão e oferecendo condolências.
"A Embaixada dos Estados Unidos da
América está profundamente triste ao saber da morte de Sua Majestade o Sultão
Qaboos. Perdemos um dos grandes líderes do mundo - um visionário responsável
pela prosperidade e progresso de Omã durante o último meio século.
Oferecemos as mais profundas
condolências e simpatia à família de Sua Majestade e ao povo do Sultanato de
Omã.
Sua liderança firme incorporava sua
sinceridade, generosidade, tolerância e profundo amor por seu país. Sua
Majestade sultão Qaboos fará falta não apenas ao povo de Omã, mas também a seus
amigos e admiradores de todo o mundo, inclusive aos Estados Unidos", diz o
texto. Informações G1 / O sultão de Omã, Qaboos bin Said al-Said, em foto de 14 de janeiro de 2019 — Foto: Andrew Caballero-Reynolds/Pool via REUTERS/File Photo