Para o presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), a Operação Lava Jato destruiu empresas. Em seu entendimento, a operação
"foi muito importante, desvendou casos de corrupção, colocou pessoas na
cadeia, colocou o Brasil numa outra dimensão do ponto de vista do combate à
corrupção, não há dúvida". "Mas destruiu empresas", afirmou.
O
presidente da corte suprema criticou o Ministério Público por falta de
transparência e defendeu pontos de vista contrários aos de Jair Bolsonaro,
quando este defende a tortura.
As
declarações de Toffoli foram dadas em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.
Toffoli
faz, além das críticas à Operação Lava Jato, digressões sobre a evolução
da vida política nacional. "O Brasil vinha de governos de centro e
centro-esquerda. E mudou para um governo de direita. Então houve, depois da
redemocratização, uma primeira vitória da direita com o apoio da
extrema-direita".
O
presidente do STF diverge abertamente do ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da
Justiça do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro, sobre a proibição da
prisão depois da sentença de segunda instância.
Segundo
Moro, a decisão do Supremo diminuiu a percepção da população de que o combate à
corrupção diminuiu. "Isso [a opinião de Moro] não tem o menor
sentido. O STF julgou o 'mensalão', condenou várias autoridades, vários
empresários, inclusive banqueiro. Foi dali que começou todo esse trabalho de
combate à corrupção, e (tiveram início) os projetos de lei que levaram a esse
arcabouço jurídico, às normas de lei de combate ao crime organizado. Então, o
Supremo está firme no combate à corrupção. Não é uma decisão que faz cumprir a
Constituição que vai surtir efeito numa percepção quanto à corrupção",
afirmou Toffoli. Foto Fellipe Sampaio/STF