Por Ronaldo Leite - No último dia quatorze,
o site divulgou uma matéria sobre uma movimentação
atípica numa estrada vicinal que liga Inhambupe (centro) à comunidade de
Araçatuba.
Segundo
populares, algumas pessoas escavavam um barranco e tiraram de lá algo
semelhante há um pote de barro. A suspeita é que se tratava de alguma escavação arqueológica [ ver matéria aqui ].
Para entender o
que de fato houve, o editor do RL News entrou em contatos com alguns estudiosos da história de Inhambupe e, em conversa com Gilson Santana, professor
da rede municipal, obteve de fato as informações precisas do ocorrido.
O professor relatou
que pedalava por uma estrada vicinal na zona rural e viu algo em um barranco
que lhe chamou a atenção. Ao descer para verificar, notou que tratava-se de uma
urna funerária indígena.
Gilson entrou em
contato com seu irmão Reinaldo Damasceno, que reside em Lauro de Freitas, e o
mesmo entrou em contato com o professor de arqueologia e museologia da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB,
Luydy Fernandes.
Fernandes veio até Inhambupe e, ao ver o artefato, confirmou que se tratava de fato de uma urna funerária indígena.
Segundo Gilson, o arqueólogo
preocupado que a urna fosse destruída devido estar às margens de uma estrada de
grande movimentação, resolveu removê-la.
“ o professor fez a
retirada e identificou como uma urna funerária indígena da
tradição Aratu, mas somente após testes laboratoriais será possível determinar
a idade da urna”, disse Gilson Santana.
Após a escavação a
urna foi encaminhada para a UFRB onde passará pelos procedimentos legais junto
ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN e na sequência passará por análise, higienização,
restauração, registro e guarda.
É importante que a o
Poder Público local e em específico a Secretaria Municipal de Educação e Cultura,
procure mais informações sobre a origem da urna. Inhambupe é uma cidade com
mais de IV séculos de história e grandes artefatos podem está pedidos naquele espaço ou em outros locais.
As urnas funerárias
eram recipientes indígenas para diferentes funções, inclusive para sepultamento.
As urnas da tradição Aratu tem o formato de "pêra" e são fechadas na
maioria das vezes por uma tampa ( opérculo cuneiforme).
O encontro ocasional
de qualquer vestígio arqueólogo é considerado pela Lei Federal 3924/61 como
"achado fortuito". Segundo a Lei, qualquer pessoa que encontre algum
bem arqueológico deve comunicar ao IPHAN. Esse órgão enviará ao local um
técnico para registrar e recolher para estudos os achados, depois de
catalogados e estudados os objetos vão para uma instituição de pesquisa ou
Museu.
Se você caro leitor
encontrar algum achado arqueológico procure o IPHAN. Caso em sua cidade não tenha o Instituto ou seja difícil contatar, procure o poder público local para ajudá-lo a intermediar. Esses achados são
muito importantes para compreendermos quem era e como viviam os nossos
antepassados. Lembrando que a destruição e a comercialização de artefatos
históricos é um crime Federal.
Não deixe que nossa
história se perca.
RL News, você vê primeiro
aqui! / Foto Gilson Santana