A constatação de que o ministro da Justiça e
Segurança Pública, Sérgio Moro, está nocauteado por Jair Bolsonaro e não tem
mais poder algum, sendo humilhado diariamente por seu chefe, espalha-se por
todo o espectro da política e do jornalismo. Segundo o colunista Vinicius Mota, do jornal Folha de S.Paulo, Moro, "que entrou no
governo como um Super-Homem, foi reduzido a Homem-Formiga". De acordo com
o site de extrema-direita o Antagonista, porta-voz da Lava Jato, Moro está
nocauteado.
De
acordo com o jornalista, "o escândalo das mensagens da Lava Jato
escancarou abusos de autoridades investigativas e do próprio Moro. O ministro,
no contra-ataque aos hackers, enfiou o pé na jaca dos procedimentos não
republicanos".
"Sergio
Moro beijou a lona, de onde dificilmente vai se reerguer. Resta saber até onde
chegará o colossal consórcio que bolina as organizações estatais de
fiscalização, agora reforçado pelo presidente da República".
Mota
destaca que, "na fase do flerte, Jair ofereceu a Sergio o Coaf, o vigia
das transações financeiras". "Na do estranhamento, cedeu facilmente a
agência à Economia e agora, na da asfixia, prepara sua entrega ao Banco
Central, com a degola do servidor que Moro havia colocado na chefia do
órgão", escreve.
Moro
foi atingido em cheio pelo vazamento de diálogos entre membros da da Lava Jato.
Segundo a mais nova revelação, com a colaboração do auditor fiscal Roberto
Leonel, atual presidente do Coaf, a operação quebrou sigilos fiscais sem
autorização judicial, principalmente de pessoas próximas ao ex-presidente Lula (confira aqui).
A
série de reportagens que vem divulgada desde o mês de junho também mostrou que,
quando era juiz, Moro interferiu no trabalho de procuradores do Ministério
Público Federal (MPF-PR). Na condição de magistrado, ele negociou acordos de delação
premiada, questionou a capacidade de uma procuradora em interrogar o
ex-presidente Lula.
Segundo
a Vaza Jato, o ex-juiz também recomendou acréscimo de informações da elaboração
de uma denúncia contra um investigado - Zwi Skornicki, representante da Keppel
Fels, estaleiro que tinha contratos com a Petrobrás - e recomendou a inversão
da ordem das fases da Lava Jato. Foto:Isaac Amorim/MJSP