A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, saiu em defesa do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba nesta sexta-feira (2). Em nota, a chefe da PGR negou ter convocado ou participado de uma reunião de emergência para discutir a situação de Dallagnol e afirmou que ele é "inamovível". Em campanha para ser mantida no cargo, Dodge tem feito todos os esforços pra agradar o governo Jair Bolsonaro.

Revelações da Vaza Jato vêm divulgando troca de diálogos entre Dallagnol e Sérgio Moro (Justiça) demonstrando que ambos violarma a equidistância entre quem julga (Moro era juiz) e quem acusa. 

Dallagnol chegou a duvidar, por exemplo, da existência de provas contra o ex-presidente Lula, mas ofereceu a denúncia mesmo assim, e tentou investigar o atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que era visto como ameaça à Lava Jato, além de outras irregularidades.

Leia a íntegra da nota emitida pela procuradora:

A Procuradora-Geral da República Raquel Dodge não sofreu qualquer pressão de qualquer tipo para determinar a medida de afastamento referida na matéria, de quem quer que seja, e tampouco convocou, ou realizou reunião de emergência para discutir o assunto na quinta-feira dia 1º ou em qualquer data anterior ou posterior.

Mais do que isso, esclarece que o princípio constitucional da inamovibilidade é garantia pessoal do Procurador Deltan Dallagnol, estabelecida no artigo 128-I-b, de não ser afastado dos processos da Lava Jato, dos quais é o promotor natural, na condição de titular do ofício onde tramitam todos os processos deste caso, e junto do qual atuam os demais membros da Força Tarefa Lava Jato, designados pela Procuradora-Geral da República Raquel Dodge.

Em suma, a Procuradora-Geral da República não convocou, nem fez reunião na quinta-feira, nem em qualquer outra data anterior ou posterior, com o propósito de afastar o Procurador Deltan Dallagnol de seu ofício ou da Lava Jato”. Foto: Antonio Augusto / Secom / PGR

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