Um
grupo de magistrados fará uma nova visita à Vigília Lula Livre em Curitiba,
capital paranaense, na próxima quinta-feira (8). Será a segunda vez que
integrantes da Associação Juízes para a Democracia (AJD) visitam o espaço em
2019. A primeira visita ocorreu em abril.
Os
juristas entregarão a Luiz Inácio Lula da Silva uma carta aprovada pela
assembleia da AJD na qual qualificam o ex-presidente como preso político. No dia
da visita, a mensagem deve ser levada a Lula por Raduan Nassar, escritor
condecorado com o Prêmio Camões, e o jornalista Fernando Morais, que têm visita
marcada com o petista.
A
AJD estima que entre 20 e 30 juízes e ex-magistrados comparecerão à Vigilia.
Raquel
Braga, juíza do Trabalho aposentada e integrante da organização, afirmou ao Brasil de Fato que a carta foi motivada pelo
fato de que “o acusado já estava condenado, e a partir desse veredito se
arquitetou todo um caminho para confirmar a condenação”.
“Foi
um processo utilizado com lawfare,
ou seja, usado contra aquele considerado inimigo [político]. Um processo que
extrapolou toda a regra legal. Não foi obedecido o devido processo legal. Com
os vazamentos recentes, ratifica-se todo esse entendimento. Esse processo, ao
contrário de todo o rito, começa pela sentença”, aponta.
Partidarismo?
Juízes
que têm se manifestado de forma contrária aos desvios da Lava Jato ou às ações
de Sérgio Moro enquanto ministro muitas vezes sofrem pressões institucionais
sob a acusação de que também se posicionam de forma político-partidária. Braga
rejeita esse tipo de discurso, afirmando que a postura da AJD é uma
“manifestação cívica, justamente contra a politização da Justiça”.
“É
uma irresponsabilidade achar natural [por exemplo] que o Moro, sendo
investigado, esteja no comando da Polícia Federal. Quem defende o afastamento
de Moro não está tendo posicionamento partidário, está com posicionamento em
defesa das instituições, do papel de cada uma. É irresponsável afirmar que é
posição partidária quem defende a Constituição”, rebate. Foto Ricardo Stuckert