O
Conselho Superior do Ministério Público Federal rejeitou nesta terça-feira (6)
a indicação do procurador Ailton Benedito para compor a Comissão Sobre Mortos e
Desaparecidos Políticos. De perfil conservador, Benedito havia sido indicado
pelo governo do presidente Jair Bolsonaro para compor o colegiado.
Em uma rede social, o
procurador se mostra um entusiasta do regime militar. Em 31 de março deste ano,
Benedito comemorou a data do golpe de 1964.
O governo Bolsonaro
mandou por meio da Secretaria de Proteção Global do Ministério de Família e
Direitos Humanos para a chefia do Ministério Público Federal em Brasília o
pedido de indicação de Ailton Benedito para o lugar do procurador Ivan Marx,
que ocupa o posto.
Embora a nomeação
seja do presidente da República, o nome do procurador precisava ser aprovado
pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal, o que não aconteceu.
Na sessão desta
terça, os conselheiros rejeitaram a indicação por 6 a 4 sob o argumento de que
não cabe ao Executivo escolher o membro do MPF que integrará a comissão.
Os conselheiros
também concluíram que o cargo ocupado atualmente pelo procurador Ivan Marx não
está vago.
A atual Procuradora
Geral da República (PGR), Raquel Dodge, que no começo da análise do caso havia
chancelado o nome de Benedito, recuou e vetou o colega.
“Ele tem muito
brilho, a instituição é plural, ele tem muitos espaços normativos onde cabe
alguém com tantas habilidades quanto a dele, mas não nessa comissão”, afirmou o
vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia. (Brasília - DF, 02/08/2019) Presidente da República, Jair Bolsonaro concede entrevista à Jornalista, Leda Nagle. Foto: Isac Nóbrega/PR