O ex-diretor-superintendente da Odebrecht
Carlos Armando Paschoal disse à Justiça de São Paulo que foi "quase que
coagido a fazer um relato sobre o que tinha ocorrido" e que teve que
"construir um relato" no caso do sítio de Atibaia, aponta reportagem
do jornalista Nathan Lopes, no Uol. O caso do sítio rendeu a segunda condenação ao
ex-presidente Lula, que vem sendo mantido como preso político desde abril do
ano passado.
Paschoal prestou depoimento no TJ-SP (Tribunal
de Justiça de São Paulo) no último dia 3 de julho como testemunha. "No caso do sítio, que eu não tenho absolutamente nada, por exemplo, fui
quase que coagido a fazer um relato sobre o que tinha ocorrido. E eu, na
verdade, lá no caso, identifiquei o dinheiro para fazer a obra do sítio. Tive
que construir um relato", disse ele. Ao explicar o que seria "construir um relato",
Paschoal disse que seria apontar algo como "olha, aconteceu isso, isso,
isso e isso; e eu indiquei o engenheiro para fazer as obras". Paschoal não
explicou exatamente como teria sido a coação do MP nem deu mais detalhes sobre
se o que teria sido "construído" em seu depoimento. Ricardo Stuckert,2017
Jorge Araújo - 5.fev.16/Folhapress