O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-senador Romero Jucá
(MDB) e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, por envolvimento em
esquema de corrupção na Transpetro. A informação foi divulgada pelo MPF nesta
terça-feira (4).
Pagamentos ilícitos para Romero Jucá, em 2010, foram de pelo menos R$ 1
milhão, de acordo com o MPF.
Segundo a denúncia do MPF, a corrupção que gerou os pagamentos ilícitos
ao ex-senador ocorreu em quatro contratos e sete aditivos celebrados entre a
Galvão Engenharia e a Transpetro.
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, que defende Romero Jucá,
disse que ainda não teve acesso à denúncia e que só vai se manifestar após o
conhecimento dos fatos.
O G1 tenta localizar a defesa dos outros citados.
Padrinhos políticos
Os procuradores do MPF afirmam que Sérgio Machado – indicado e mantido
no cargo por Romero Jucá e integrantes do MDB – tinha a função de arrecadar
propinas para os padrinhos políticos. Além disso, Sérgio Machado garantia a
continuidade dos contratos e a emissão de futuros convites para licitações às
empreiteiras, conforme o MPF.
A Galvão Engenharia, de acordo com o MPF, realizava o pagamento de
propinas no percentual de 5% do valor de todos os contratos da Transpetro a
integrantes do MDB que faziam parte do núcleo que sustentava Sérgio Machado
como presidente da empresa, subsidiária da Petrobras.
Segundo
a denúncia, a Galvão Engenharia efetuava o pagamento de propina com o objetivo
de continuar recebendo convites para participar das licitações da estatal e
também por causa dos contatos e aditivos que já mantinha com a Transpetro.
R$ 1 milhão
Os
procuradores dizem na denúncia que o pagamento de propina efetuado pela Galvão
Engenharia era disfarçado por meio de doação eleitoral oficial.
A empreiteira fez,
em junho de 2010, o repasse para Romero Jucá e para o Diretório Estadual do MDB
em Roraima, de acordo com o MPF. Dessa maneira, a propina abasteceu, ainda
conforme os procuradores, a campanha de Romero Jucá ao Senado.
As investigações
comprovaram ainda que a Galvão Engenharia não tinha qualquer interesse em
Roraima que justificasse a realização da doação oficial, a não ser o
direcionamento de propinas para Romero Jucá.
As investigações do
MPF apontaram que a Galvão Engenharia não tinha nenhum interesse em Roraima que
justificasse a doação oficial. Para os procuradores, o que importava era o
direcionamento de propina a Romero Jucá.| Veja mais notícias da região no G1 Paraná. / Ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) foi denunciado pelo MPF — Foto: Pedro França/Agência Senado