Morreu na madrugada deste domingo
o ator e comediante, Lúcio Mauro, aos 92 anos. Ele estava internado há cerca de
dois meses com problemas respiratórios na Clínica São Vicente, na Zona Sul do
Rio.
Em março, Lúcio Mauro completou
92 anos, e seu filho, Lúcio Mauro Filho, compartilhou uma foto para festejar a
data. Na imagem, Lúcio Mauro aparece com filhos, a nora, Cíntia Oliveira, e os
netos, Liz, Bento e Luiza.
“Só foi possível graças a sua força, e também ao amor
incondicional que sentimos por ti. Hoje comemoras os seus 92 anos. Comemoramos
a sua existência e a nossa sorte de carregar seu sangue. Feliz Aniversário, meu
pai! Juntos sempre!”, postou em uma rede social na ocasião.
Lúcio de Barros Barbalho, mais
conhecido como Lúcio Mauro, nasceu em Belém do Pará, no dia 14 de março de
1927. Estreou na Globo em 1966.
Integrou o elenco de alguns dos
principais programas de humor da emissora como "Chico City" (1973), "Os
Trapalhões" (1989) e "Escolinha do Professor Raimundo" (1990).
Participou da criação, dirigiu e
atuou em outras dezenas de programas de humor na televisão, com destaque para
"Balança Mas Não Cai (1968), com releituras de quadros de sucesso da Rádio
Nacional nos anos 1950.
Estreia na Globo
Em
1966, Lúcio Mauro estreou na Globo, no humorístico "TV0–TV1", ao lado
de Jô Soares, Agildo Ribeiro, Paulo Silvino e outros, sob direção de Augusto
César Vannucci.
Dois anos depois,
criou e dirigiu na Globo o humorístico "Balança Mas Não Cai" (1968),
escrito por Max Nunes e Haroldo Barbosa, e transmitido, ao vivo, até 1971.
O programa tinha o
quadro Ofélia e Fernandinho, estrelado por Lúcio e Sônia Mamede (1936-1990).
Já no programa de
variedades "Alô Brasil, Aquele Abraço" (1969), o comediante
protagonizou um dos momentos mais inusitados de sua vida: um dos apresentadores
das atrações regionais, como representante da região Norte, ficou em último
lugar em uma das competições e recebeu como castigo lavar a cabeça da estátua
do Cristo Redentor.
Trabalhou
no musical "Viva a Revista!" (1969) e foi ator e diretor do programa
de humor "Uau, a Companhia" (1972). Quando "Balança Mas Não
Cai" foi para a TV Tupi, nos anos 1970, ele acompanhou os colegas do
programa e deixou a Globo por um tempo.
Voltou para integrar
o elenco de "Chico City" no final da década. Ficou marcado como o
diretor do ator canastrão Alberto Roberto, interpretado por Chico Anysio. Em
seguida, voltou a dirigir e atuar na nova versão de "Balança Mas Não Cai"
(1982) na Globo, sendo também diretor de "A Festa é Nossa", semanal
que tinha como cenário fixo a cobertura de Ofélia e Fernandinho.
Ainda
na década de 1980, Lúcio Mauro participou de "Chico Anysio Show"
(1982) e "Os Trapalhões" (1989), revivendo com Nádia Maria a dupla Fernandinho
e Ofélia. Em 1983, interpretou o médium Chico Xavier no "Caso Verdade
Chico Xavier, um Infinito Amor". Em 1988, fez uma participação na
minissérie "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes, como Dr. Quindim.
Na década de 1990,
viveu Aldemar Vigário, da "Escolinha do Professor Raimundo", sempre
bajulando o professor interpretado por Chico Anysio. Trabalhou em um episódio
de "Você Decide" (1992), foi do elenco de "Malhação"
(1995), atuando como Dr. Palhares, pai do Mocotó (André Marques), e atuou na novela
infantil "Caça-Talentos" (1996), com Angélica.
Em
seguida, integrou o elenco de "Chico Total" (1996). Em 1998, encarnou
o bicheiro mafioso Neca do Abaeté na minissérie "Dona Flor e Seus Dois
Maridos", escrita por Dias Gomes com base no romance de Jorge Amado. Viveu
o advogado Nonato na segunda versão da novela "Pecado Capital", de
Glória Perez com base no original de Janete Clair; atuou em um episódio de
"Sai de Baixo"; e participou em "Meu Bem Querer", de
Ricardo Linhares.
A partir de 1999,
Lúcio Mauro retomou personagens em "Zorra Total". Refez o quadro
Fernandinho e Ofélia, desta vez com Claudia Rodrigues. Também integrava o
elenco do programa seu filho, o ator Lúcio Mauro Filho. Em março de 2001, o
humorista voltou à nova temporada da "Escolinha do Professor
Raimundo", vivendo o popular Aldemar Vigário.
Nesta
década, participou de "Os Normais", "A Grande Família",
"A Diarista", "Sob Nova Direção", "Programa
Novo", "Faça a Sua História" e "Zorra Total". Neste
último, em 2012, viveu o personagem Ataliba, um vovô surfista, amigo de
Gumercindo (José Santa Cruz), um senhor skatista. Os dois tentavam conquistar
moças no vagão do Metrô Zorra Total. A dupla reviveu a parceria da estreia de
Lúcio Mauro em humor na TV, em 1960.
Em 2007, participou
de "Paraíso Tropical", de Gilberto Braga, como Veloso. Em 2008,
esteve na série "Casos e Acasos" e na novela "A Favorita",
de João Emanuel de Carneiro, no papel de Sabiá. No remake de
"Gabriela" (2012), viveu Eustáquio. No penúltimo episódio de "A
Grande Família" (2014), Lúcio Mauro interpretou Rui, um amigo de Agostinho
Carrara (Pedro Cardoso).
Sua filmografia tem
"Terra sem Deus" (1963), de José Carlos Burle; "007 ½ no
carnaval" (1966), de Victor Lima; "Redentor" (2004), de Claudio
Torres; "Cleópatra" (2008), de Júlio Bressane; e "Muita Calma
Nessa Hora" (2010), de Felipe Joffily.
Em 2008, o humorista
estreou a peça "Lúcio 80-30", dividindo o palco com Lúcio Mauro
Filho, autor e diretor do espetáculo, e com outros dois filhos, Alexandre
Barbalho e Luly Barbalho.| Lúcio Mauro Filho com o pai, Lúcio Mauro, que fez participação especial em episódio da 'Escolinha' em dezembro de 2015 — Foto: Tata Barreto/TV Globo /
Fernandinho (Lucio Mauro) e Ofélia (Claudia Rodrigues), persoganens de 'Zorra Total', em episódio que marcou 10 anos do humorístico em julho de 2009 — Foto: Eduardo Naddar/TV Globo