O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, controlado
pelo chavismo, retirou nesta segunda-feira, dia 1º, a imunidade parlamentar do
líder opositor Juan Guaidó. A decisão abre caminho para que o presidente da
Assembleia Nacional, que se declarou presidente interino do país em janeiro,
seja preso. O presidente do TSJ, Maikel Moreno, também bloqueou os bens do
deputado e reiterou sua proibição de deixar o país.
A
corte tomou a decisão ao considerar que o deputado - reconhecido como chefe de
Estado interino por mais de 50 países - infringiu uma proibição de saída do
país que tinha sido imposta a ele em 29 de janeiro.
Nesse dia, o TSJ abriu uma investigação contra ele por
"usurpar" as funções do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Guaidó
saiu clandestinamente do país em fevereiro e retornou em 4 de março procedente
da Colômbia, pelo aeroporto internacional de Maiquetía, em Caracas. O
congressista fez, na ocasião, uma visita a vários países da região, após o
fracasso, em 23 de fevereiro, de sua tentativa de fazer entrar na Venezuela
doações de alimentos e medicamentos enviados pelos EUA.
A
decisão anunciada ontem pelo TSJ é a última de uma série de medidas contra
Guaidó e seu entorno, que começou há duas semanas, após a Rússia ampliar seu
apoio ao regime de Maduro, até mesmo com o envio de pessoal militar e
equipamentos. O chavismo vinha hesitando em agir contra o líder opositor, após
receber ameaças explícitas dos EUA de retaliações caso algo ocorresse com
Guaidó.
A
primeira ação chavista contra Guaidó foi a prisão de seu chefe de gabinete,
Roberto Marrero, em março. Na sequência, segundo a mulher do opositor, Fabiana
Rosales, parentes do deputado passaram a ser hostilizados por chavistas.
Na
semana passada, a Controladoria-Geral da Venezuela, também alinhada ao regime,
suspendeu os direitos políticos de Guaidó por 15 anos. (Com agências
internacionais). |As informações são do jornal O Estado de S. Paulo / Foto © REUTERS / Manaure Quintero