Na entrevista exclusiva concedida à Folha e ao
jornal El País, nesta sexta-feira (26), o ex-presidente Lula afirma que a elite
brasileira precisa fazer uma autocrítica depois da eleição de Jair
Bolsonaro e afirma que o país está sendo governado por "um bando de
maluco".
"Vamos fazer uma autocrítica geral nesse país. O que não
pode é esse país estar governado por esse bando de maluco que governa o país. O
país não merece isso e sobretudo o povo não merece isso", enfatiza Lula.
O ex-presidente também comparou o tratamento que a imprensa dá a
ele e a Bolsonaro. "Imagine se os milicianos do Bolsonaro fossem amigos da
minha família?", questionou, referindo-se ao fato de o filho do
presidente, Flávio Bolsonaro, ter empregado familiares de um miliciano foragido
da Justiça em seu gabinete quando era deputado estadual pelo Rio.
Neto Artur e militares
Ao ser questionado sobre a morte de seu neto Artur, de 7 anos,
vítima de uma bactéria, há um mês, o ex-presidente se emocionou. "Eu às
vezes penso que seria tão mais fácil que eu tivesse morrido. Eu já vivi 73
anos, poderia morrer e deixar o meu neto viver", disse.
Lula disse ainda que acompanha a briga de Bolsonaro com o
vice-presidente, Hamilton Mourão. Afirmou que, se sair da prisão, quer
"conversar com os militares" para entender "por que esse ódio ao
PT" já que seu governo teria recuperado o orçamento das Forças Armadas.
Ressoltou, no entanto, que não nutre esse mesmo ódio ao afirmar
que era "grato" ao general Mourão "pelo que ele fez na morte do
meu neto [defender que ele fosse ao velório], ao contrário do filho do
Bolsonaro [Eduardo]", que afirmou no Twitter que Lula queria se vitimar
com a morte do menino.
O vídeo com a íntegra da entrevista de Lula será divulgado
no domingo, 28, ao meio dia, concomitantemente pelo El País e pela Folha.
Assista ao trecho da entrevista divulgado pelo
El País: / Foto reprodução