Com a base de apoio ao governo cada vez mais desarticulada, o
preço para dar o pontapé inicial à reforma da previdência no Congresso
aumentou. O governo liberou R$ 1 bilhão em emendas parlamentares em troca de
votos pela reforma. Mais clássica moeda de troca entre legislativo e executivo,
a liberação de emendas em período pré votação, se levada ao pé da letra, ganha
ares de 'propina' política. Há mais R$ 2 bilhões para serem liberados e o
governo tentará ditar o ritmo à medida em que o desenho da votação for ficando
mais evidente.
A
reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que "o governo Bolsonaro tinha a intenção (...) de pagar
todas as emendas, que somam R$ 3 bilhões. Mas apenas parte delas —que
representam R$ 1 bilhão— tinham cumprido todos os requisitos. O restante pode
ser liberado ainda neste ano. 'Hoje foi
liberado esse recurso. Deve ter sido liberado pelos ministérios e vai chegar
para os beneficiários a partir da semana que vem', disse o deputado [Major
Vitor Hugo]."
A matéria ainda informa que "cerca de R$ 700 milhões se
referem a emendas individuais e aproximadamente R$ 300 milhões foram
apresentadas por bancadas. O líder do
governo na Câmara afirmou ainda que a medida atende a praticamente todos os
partidos, inclusive os de oposição. A
liberação de emendas coincide com a retomada dos trabalhos do Congresso após o
feriado de Carnaval e a previsão de início dos trabalhos das comissões das
Casas, previsto para esta semana."| Foto: Nelson Almeida / AFP