Dois aviões da Força
Aérea da Rússia aterrissaram no principal aeroporto da Venezuela neste sábado
(23) carregando um oficial russo de Defesa e quase 100 tropas, de acordo com um
jornalista local, em meio ao fortalecimento de laços entre Caracas e Moscou.
Um site que acompanha voos mostrou que
dois aviões deixaram um aeroporto militar na Rússia com direção a Caracas, na
sexta-feira (22), e outra página que faz o mesmo serviço mostrou que um avião
deixou Caracas no domingo (24).
O repórter Javier Mayorca escreveu no
Twitter, no sábado, que o primeiro avião levou Vasily Tonkoshkurov, chefe de
gabinete das forças terrestres, acrescentando que o segundo era um avião de
carga carregando 35 toneladas de material.
Um jato com passageiro Ilyushin IL-62 e
um avião militar de carga Antonov AN-124 saíram para Caracas, na sexta-feira,
do aeroporto militar russo Chkalovsky, parando no caminho na Síria, de acordo
com o site de acompanhamento Flightradar 24.
O avião de carga deixou Caracas na
tarde de domingo, de acordo com o Adsbexchange, outro site de acompanhamento de
voos.
Uma testemunha da Reuters viu o que
pareceu ser um jato de passageiro no aeroporto de Maiquetia, neste domingo
(24). Não ficou imediatamente claro por que os aviões vieram à Venezuela.
O Ministério da Informação da Venezuela
não respondeu imediatamente ao pedido por um comentário. Os ministérios de
Defesa e de Relações Exteriores da Rússia não responderam às mensagens buscando
um comentário. Um porta-voz do Kremlin também não respondeu.
A reportagem surge três meses depois de
as duas nações realizarem exercícios militares em solo venezuelano, que o
presidente Nicolás Maduro chamou de um sinal de fortalecimento das relações,
mas que Washington criticou como uma invasão da Rússia na região.
A administração Trump impôs severas
sanções à indústria de petróleo da Venezuela, em uma tentativa de tirar Maduro
do poder, e pediu que os líderes militares da Venezuela o abandonassem. Maduro
denunciou as sanções como intervencionismo dos EUA e recebeu apoio diplomático
da Rússia e da China.
Em dezembro, dois
aviões de bombardeio estratégico da Rússia, capazes de carregar armas
nucleares, aterrissaram na Venezuela, em uma demonstração de apoio ao governo
socialista de Maduro que irritou Washington.
(Reportagem de Carlos Garcia, Carlos
Jasso, Diego Oré e Brian Ellsworth em Caracas, e Maria Tsvetkova e Gabrielle
Tetrault-Farber em Moscou) / Aviões da Força Aérea da Rússia pousam em
Caracas, na Venezuela, no sábado (23) — Foto: REUTERS/Carlos Jasso /