O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira o fechamento total da fronteira terrestre com o Brasil, a dois dias da entrada da ajuda humanitária solicitada pelo líder da oposição Juan Guaidó.
"Eu decidi, no sul da Venezuela, que a partir das 20h00 horas (21h00 de Brasília) deste 21 de fevereiro, fica fechada total e completamente, até novo aviso, a fronteira terrestre com o Brasil", afirmou o presidente em uma reunião com o alto comando militar em Fort Tiuna.
O líder socialista disse ainda que está "avaliando um fechamento total da fronteira com a Colômbia", diante do que chamou de "provocações" e agressões do governo do presidente Iván Duque em aliança com o presidente americano, Donald Trump.
"Eu considero o senhor Iván Duque responsável por qualquer violência na fronteira", declarou Maduro, que também pediu aos militares colombianos que não se prestem a nenhuma agressão contra a Venezuela.
Guaidó, reconhecido por 50 países como presidente interino da Venezuela, viaja nesta quinta em caravana para a fronteira com a Colômbia (oeste) para exigir a entrada de ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos e que está armazenada na cidade colombiana de Cúcuta.
Há dois dias, Maduro reafirmou sua decisão de suspender o tráfego aéreo e marítimo com Curaçao, onde a ajuda enviada a partir de Miami (EUA) está armazenada, porque ali "estavam preparando uma provocação" com o consentimento do governo da Holanda.
"É melhor prevenir do que remediar, tomar todas as medidas de segurança e proteção até novo aviso, porque as provocações devem ser trabalhadas com tempo para desmontá-las, simples assim", disse aos militares.
Guaidó anunciou que as brigadas de voluntários vão se dirigir no sábado aos centros de armazenamento de partir nos estados de Táchira e Bolívar (sul), na fronteira com Cúcuta e Roraima (Brasil), e em Puerto Cabello e La Guaira (norte).
O opositor de 35 anos garantiu que fará a ajuda humanitária entrar no país no sábado, dia que marca um mês de sua proclamação como presidente interino.|destakjornal / Foto AFP