Salvador
registrou 980 casos de violência contra mulheres somente em janeiro de 2019,
segundo dados levantados junto às duas Delegacias Especiais de Atendimento à
Mulher da capital baiana.
Com isso, a cidade
teve uma média de um caso de agressão a mulheres a cada 45 minutos no mês.
As ocorrências
registradas incluem agressões, ameaças, estupros, entre outros tipos de
violência.
Em todo a Bahia, há
15 delegacias especializadas de atendimento à mulher. Em Salvador, a população
conta com uma unidade no bairro de Periperi e outra em Brotas.
Todos os casos
registrados nas delegacias de atendimento às mulheres vão para uma das sete
Varas de Justiça do estado, que ficam nas cidades de Salvador (3), Feira de
Santana, Vitória da Conquista, Itabuna e Ilhéus.
Os juízes decidem as
ações a a serem adotadas para proteger a mulher, como medidas protetivas. Nos
últimos dois, anos por exemplo, 8,913 medidas foram concedidas no estado.
Somente em janeiro
de 2019, em todo o estado, as sete Varas registraram 14,973 denúncias de
violência contra mulheres, de acordo com o Tribunal de Justiça da Bahia
(TJ-BA). No mesmo período do ano passado, foram 12.012 denúncias.
Especialistas
acreditam que, apesar de o número de ocorrências ter aumentado, o que cresceu
mesmo foi a visibilidade dada aos casos por meio das denúncias. Eles ainda
defendem ações mais enérgicas para combater os crimes.
"Juiz nenhum
deve pagar para ver. Se a mulher chegou a procurar uma delegacia para expor a
sua tão íntima, já que é violência praticada por alguém da sua afetividade, é
porque ela chegou no seu ponto máximo. Então, o juiz deve ler aquele pedido de
medida protetiva e, com certeza, na maioria dos casos, sem sombra de dúvidas,
ceder a medida, porque aquilo pode salvar uma vida", afirma a
desembargadora Nágila Brito, presidente da Coordenadoria da Mulher do TJ-BA.
Desde 2015, ano de
criação da chamada Ronda Maria da Penha, que visita de surpresa mulheres que
estão com medida protetiva, 145 homens flagrados desrespeitando as determinações
da Justiça foram presos.
"Ir a um centro
de referência, saber seus direitos, saber as informações e saber como proceder
para depois dar um passo maior. Mas é importante que ela se informe, que
busquem, que acessem o serviço oferecido exatamente para elas", destaca a
secretária municipal de políticas para mulheres de Salvador, Cristina Sanches.|g1